quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Gastronomia em Londrina: clássicos parte I

Quando meu primo Gérson resolveu vir passear em Londrina, eu pedi ajuda a todo mundo para escolher os passeios em que deveria levá-lo. Tive muita dificuldade em preencher todas as horas do dia com passeios que eu considerava atraentes para um turista de primeira viagem.

A única coisa que eu não tive dificuldade foi em escolher os locais onde eu o levaria para comer. Aliás, tive dificuldade sim, porque Londrina tem tantos lugares maravilhosos que foi muito tenso restringir a lista.

Alguns lugares que eu amo tiveram que ficar de fora, mas com certeza serão incluídos numa próxima vez. Acredito que tenha acertado nas escolhas que fiz, pois o Gérson não reclamou de nada, pelo contrário, elogiou muito.

Ele chegou à Londrina a noite e eu e o Jalberti decidimos levá-lo no nosso restaurante preferido de comida japonesa. Infelizmente ao chegar lá, havia uma fila de espera de 1h30. Isso porque era uma terça-feira.

Tivemos que mudar os planos (depois eu o levaria no japonês, é claro) e fomos a outro restaurante da lista que eu havia compilado.

Então vamos começar com os primeiros cinco clássicos que escreverei nesse post.

Barraco da Sopa


Meu primeiro contato com o Barraco da Sopa foi em 2009, quando fui escalada para fazer uma reportagem sobre o lugar para o Planeta Sercomtel (confira aqui). Desde então, o restaurante se tornou um dos meus preferidos.

Escondidinho na Travessa Belo Horizonte, 67, abre diariamente, das 18h30 às 23h30 e tem uma das decorações mais charmosas da cidade. A maioria dos objetos decorativos foram presentes de amigos e clientes à casa, inaugurada em 1999.

E o bom gosto se estende ao cardápio. São dezenas de opções de sopas, cremes, caldos, risotos, massas e petiscos. É impossível errar no pedido, porque tudo lá tem seu toque especial. Difícil mesmo é decidir o que comer!

A crostata de pães que é servida como entrada já é uma delícia, imagina os pratos principais. Nós três fizemos pedidos clássicos: sopa no pão. E para acompanhar um vinhozinho tinto argentino caiu perfeitamente bem. Eu pedi um dos meus pratos preferidos, o Creme Paulista, que leva madioquinha salsa, carne bovina e cheiro verde.

Jantar no Barraco da Sopa

Hachimitsu


Outro lugar que eu fiz questão de levar o Gérson foi ao Hachimitsu. Nunca comi nada lá que não estivesse, no mínimo, delicioso. Então aproveitei uma folga no fim de uma manhã e demos uma passadinha pelo atelier da Avenida Juscelino Kubitschek, 3190.

Fomos de quiche. Eu de alho-poró e ele de lorraine (bacon, presunto e queijo). Ele tomou um expresso e eu um chocolate quente (é, eu sou do tipo que mistura chocolate quente com qualquer coisa).

Para a sobremesa, Gérson escolheu tiramisù e eu profiteroles. Também levei bolachinhas de nozes para minha mãe, que adorou.

Profiteroles


Pastelaria Sergipe


Obviamente a Pastelaria Sergipe estaria incluída nesse tour. Fomos até lá depois do passeio ao Museu, a pé mesmo, porque é pertinho. Aquela porta acanhada na Rua Sergipe, 381 (das 8h30 às 18h30) é unanimidade entre os londrinenses há quase 40 anos. Não há quem não ame comer lá. 

Não importa a classe social, todos adoram o pastel e a clássica vitamina de abacate, que é uma receita de família e que todo mundo tenta copiar sem sucesso. Os pastéis, fritos na hora, também não ficam atrás. O lugar não tem mesas ou cadeiras e todo mundo se espreme de bom grado nos balcões - sempre lotados - para comer.

Claro que como comigo as coisas nunca saem como o planejado, descobri lá que o Gérson detesta vitamina. Quase tive um ataque porque ele iria abrir mão de um clássico pé-vermelho. Até fiz com que ele experimentasse a minha, tentando mudar essa aversão, mas não deu certo. Enfim, deixei passar.

Fiquei tão chocada vendo-o tomar coca-cola feliz da vida que esqueci de tirar fotos, vou ficar devendo. Ah! Ponto importante: a Pastelaria Sergipe não aceita cartões, então leve dinheiro. Se você for comer apenas um pastel e tomar uma vitamina, R$ 15 bastam e ainda vai sobrar.


Valentino


O Spaguetti Bolopanna do Bar Valentino deveria ser Patrimônio Gastronômico da Humanidade. Duvido que qualquer pessoa que já o tenha provado discorde.

O bar foi fundado em 1979 em uma casinha de madeira. Em 2006, ao mudar de endereço, a casa foi desmontada e reconstruída. Hoje o Valeco (nome carinhoso que todos usam para o bar mais eclético da cidade) tem três ambientes: bar (na casa antiga), área externa com mesas ao ar livre e área fechada com mesas, pista de dança e palco para shows e apresentações.

O nome do bar é uma homenagem ao ator Rodolfo Valentino, galã do cinema mudo de Hollywood. Como o Gérson não gosta de baladas, resolvi levá-lo no Valeco numa quarta-feira, porque é mais sossegado.

Mas se você gosta de cair na night, aproveite e vá numa terça-feira. A agitação é garantida com a Terça Tilt (a melhor balada de Londrina, na minha opinião).

Pedimos nosso macarrão, que leva molho vermelho com carne moída (bolonhesa) e molho branco (a la panna) mas se você quiser experimentar alguma outra coisa, recomendo o Carpaccio ou a Bruschetta, são dos melhores que eu já comi.

O Valeco fica na Avenida Prefeito Faria Lima, 486 e funciona de terça a domingo, das 20h30 às 4h.

Spaguetti Bolopanna


Renato Sucos


Impossível também é passar por Londrina e não ir até o Renato Sucos, Frutas e Vitaminas. Quem chega ou sai da cidade de ônibus então, não tem desculpa, porque o Renato fica no Terminal Rodoviário de Londrina.

Não era o caso do Gérson, até porque de Gravataí até Londrina seriam cerca de 19h de viagem de ônibus. Só de pensar eu já canso (não que eu nunca tenha enfrentado essa odisseia, mas hoje em dia, com a queda no preço das passagens de avião, não compensa mais).

Além do objetivo principal que era tomar o famoso suco, aproveitei para mostrar a própria rodoviária para o Gérson, porque convenhamos, é a mais bonita do Brasil. Qual outra cidade pode se orgulhar de ter uma rodoviária projetada pelo maior gênio da arquitetura brasileira?

É isso mesmo. O projeto da rodoviária de Londrina foi feito por ninguém menos que Oscar Niemeyer. O então prefeito da cidade, Wilson Moreira, fez algumas alterações no projeto original, e ela foi inaugurada em 1988.

Rodoviária de Londrina

Adendo à parte, vamos ao melhor suco do mundo. O Renato oferece mais de 70 tipos de sucos e, caso você queira alguma combinação esdrúxula que não esteja no cardápio, tipo "coco com cupuaçu", não se preocupe, ele faz para você.

A melhor coisa é que se você pede um copo de suco, ganha outro. O "chorinho" já faz parte da tradição da casa. O suco é tão, mas tão bom que dessa vez até o Murilo (meu irmão) que detesta sair de casa pois é uma pessoa antissocial ao extremo, foi.

Murilo foi de açaí, Gérson de morango e eu de morango com framboesa (o melhor de todos!). O preço é R$ 10 cada (lembre-se que vem dois copos) e o horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 14h às 0h e domingos das 17h às 0h.

O melhor suco do mundo

2 comentários:

  1. Amei e concordo com tudo que escreveu, apesar de não conhecer o Valentino! Parabéns, fiquei com fome e com água na boca pensando no suco!

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    1. Obrigada Harumi! Você precisa conhecer o macarrão do Valentino, vai amar! E o suco vai muito bem nesse calor!

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