A Rota do Café é um projeto maravilhoso organizado
pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que
envolve toda a região norte do Paraná, muito conhecida em décadas passadas por
ser a capital mundial do café. São nove munícipios envolvidos e 30 atrações imperdíveis
contempladas.
Eu conhecia muito poucas
atrações, entre elas o Museu Histórico de Londrina e a Mata dos Godoy (que já
ganharam um post cada, confira
aqui e aqui,
respectivamente) e nem os ligava à Rota propriamente dita.
Mas com o Gérson por aqui, decidi
dar um mergulho de cabeça em algumas atrações. Afinal, ele, como bom rio-grandense,
não sabia nada sobre o passado cafeicultor do norte paranaense. Confesso que eu
sabia muito pouco também, então seria uma ótima hora para aprendermos.
Pesquisei as atrações e me
encantei pela Fazenda
Monte Bello. Localizada no município de Ribeirão Claro, a cerca de 2h de
Londrina (180 km), a fazenda, fundada em 1910 e com 120 alqueires de área,
ainda preserva as instalações e os equipamentos utilizados para o processamento
do café, um dos passeios mais bacanas da Rota.
Pronto. O destino de um ensolarado
sábado estava selado. Até consegui arrastar meu irmão antissocial para a
empreitada, apenas porque ele é estudante de história e não perderia essa
viagem ao passado.
Para agendar a visita, basta ligar para o
telefone da fazenda, (43) 3536-1173 e combinar tudo com o Seu Vitor, o
octogenário proprietário ou com o Ricardo, administrador da fazenda. O passeio
custa R$ 20, com o café incluso. Não aceitam cartões.
Claro que eu liguei com
antecedência, mas acabei me esquecendo de confirmar a visita até estarmos na
estrada, indo para lá. Não cometa o mesmo erro que eu, porque ele nos custou o
delicioso café rural servido aos visitantes.
A fazenda está localizada na
rodovia PR-151, km 16. Primeira bifurcação à direita a 1,5 km de Ribeirão Claro,
no sentido Ribeirão Claro-Carlópolis. Eu usei o Waze, um aplicativo ótimo para rotas e fomos sem problemas.
Pegamos a estrada bem cedinho e
chegamos à Monte Bello por volta das 9h. Fomos recebidos pelo Ricardo que
indicou um dos funcionários para fazer conosco a trilha ecológica. Acabei me
esquecendo do nome dele, mas lembro de que ele havia nascido e se criado na
fazenda, ou seja, era a pessoa ideal para nos guiar por lá.
Fazenda Monte Bello |
Início do passeio |
Junto com nosso guia, uma inseparável cadelinha vira-lata nos acompanhou por todo o passeio, o qual ela sabia de cor e salteado. Fizemos inicialmente uma trilha por um fragmento de Mata Atlântica, até uma enorme figueira.
A enorme figueira |
Eu, sentada em um pedacinho da raiz da figueira |
Depois passeamos pelas plantações
de noz macadâmia e lichia, que atualmente movem a economia por lá. Ainda há
plantação de café, mas ela é muito pequena em comparação com o que se plantava
no auge da cultura cafeeira.
Plantação de café |
Então fomos levados até as
antigas instalações para o processamento e beneficiamento dos grãos. Eu jamais
imaginei como funcionava esse processo e adorei cada uma das engenhocas criadas
para facilitarem-no.
Nosso guia nos explicou detalhadamente
todas as etapas, desde a colheita até as sacas saírem prontas, cheias de café.
Como era feita a lavagem, a separação dos diferentes tipos de café, o
descascamento, a secagem, o armazenamento e, por fim, o ensacamento. Adoramos
tudo!
Esteira por onde descia o café |
Grãos secos |
Um dos terreiros para a secagem do café |
Trilhos por onde o café era levado à tulha |
Máquina de beneficiamento e ensacamento de café |
Depois o Ricardo, administrador
da fazenda, nos levou para conhecer a casa de hóspedes, na qual eu pretendo
voltar para passar um fim de semana inteiro. Levou-nos também para conhecer a
história da fazenda, através de fotos e objetos antigos, muito bem preservados.
Quitutes
Mesmos tendo perdido o café
rural, pudemos comprar diversos produtos produzidos na fazenda. A variedade é
enorme: geleias, doces caseiros, azeites, pimentas, licores, nozes, conservas.
Eu, Gérson e Murilo não tínhamos levado muito dinheiro, mas saímos sem um
centavo de lá, embora cheios de sacolas e felicíssimos.
Almoço
Saímos da fazenda no horário do
almoço e já que estávamos imersos na Rota do Café, fomos almoçar no Restaurante
Michella Serv, que é integrante da Rota. Ricardo nos deu as explicações
necessárias para chegar lá: saindo da fazenda, basta andar poucos quilômetros pela
PR-151 e logo se avista o restaurante do lado esquerdo da rodovia.
É um local muito simples, com
comida caseira, que fica disposta sobre um enorme fogão à lenha. É possível escolher
pagar por quilo ou comer a vontade por R$ 25 - o que for mais vantajoso.
Almoço no Michella Serv |
A comida estava deliciosa, a
única coisa ruim é que a achamos um pouco fria. Nada que prejudicasse nosso
almoço.
Almoçados e saciados demos uma volta pelas
estradas de Ribeirão Claro, que além de fazer parte da Roda do Café também faz
parte da Rota das Águas (da qual eu nunca havia ouvido falar, mas que agora tenho
muita vontade de conhecer).
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