terça-feira, 29 de setembro de 2015

De volta para o passado: uma fazenda de café em Ribeirão Claro

A Rota do Café é um projeto maravilhoso organizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que envolve toda a região norte do Paraná, muito conhecida em décadas passadas por ser a capital mundial do café. São nove munícipios envolvidos e 30 atrações imperdíveis contempladas.

Eu conhecia muito poucas atrações, entre elas o Museu Histórico de Londrina e a Mata dos Godoy (que já ganharam um post cada, confira aqui e aqui, respectivamente) e nem os ligava à Rota propriamente dita.

Mas com o Gérson por aqui, decidi dar um mergulho de cabeça em algumas atrações. Afinal, ele, como bom rio-grandense, não sabia nada sobre o passado cafeicultor do norte paranaense. Confesso que eu sabia muito pouco também, então seria uma ótima hora para aprendermos.

Pesquisei as atrações e me encantei pela Fazenda Monte Bello. Localizada no município de Ribeirão Claro, a cerca de 2h de Londrina (180 km), a fazenda, fundada em 1910 e com 120 alqueires de área, ainda preserva as instalações e os equipamentos utilizados para o processamento do café, um dos passeios mais bacanas da Rota.

Pronto. O destino de um ensolarado sábado estava selado. Até consegui arrastar meu irmão antissocial para a empreitada, apenas porque ele é estudante de história e não perderia essa viagem ao passado.

Para agendar a visita, basta ligar para o telefone da fazenda, (43) 3536-1173 e combinar tudo com o Seu Vitor, o octogenário proprietário ou com o Ricardo, administrador da fazenda. O passeio custa R$ 20, com o café incluso. Não aceitam cartões.

Claro que eu liguei com antecedência, mas acabei me esquecendo de confirmar a visita até estarmos na estrada, indo para lá. Não cometa o mesmo erro que eu, porque ele nos custou o delicioso café rural servido aos visitantes.

A fazenda está localizada na rodovia PR-151, km 16. Primeira bifurcação à direita a 1,5 km de Ribeirão Claro, no sentido Ribeirão Claro-Carlópolis. Eu usei o Waze, um aplicativo ótimo para rotas e fomos sem problemas.

Pegamos a estrada bem cedinho e chegamos à Monte Bello por volta das 9h. Fomos recebidos pelo Ricardo que indicou um dos funcionários para fazer conosco a trilha ecológica. Acabei me esquecendo do nome dele, mas lembro de que ele havia nascido e se criado na fazenda, ou seja, era a pessoa ideal para nos guiar por lá.

Fazenda Monte Bello
Início do passeio

Junto com nosso guia, uma inseparável cadelinha vira-lata nos acompanhou por todo o passeio, o qual ela sabia de cor e salteado. Fizemos inicialmente uma trilha por um fragmento de Mata Atlântica, até uma enorme figueira.

A enorme figueira
Eu, sentada em um pedacinho da raiz da figueira

Depois passeamos pelas plantações de noz macadâmia e lichia, que atualmente movem a economia por lá. Ainda há plantação de café, mas ela é muito pequena em comparação com o que se plantava no auge da cultura cafeeira.

Plantação de café

Então fomos levados até as antigas instalações para o processamento e beneficiamento dos grãos. Eu jamais imaginei como funcionava esse processo e adorei cada uma das engenhocas criadas para facilitarem-no.

Nosso guia nos explicou detalhadamente todas as etapas, desde a colheita até as sacas saírem prontas, cheias de café. Como era feita a lavagem, a separação dos diferentes tipos de café, o descascamento, a secagem, o armazenamento e, por fim, o ensacamento. Adoramos tudo!

Esteira por onde descia o café
Grãos secos
Um dos terreiros para a secagem do café
Trilhos por onde o café era levado à tulha
Máquina de beneficiamento e ensacamento de café

Depois o Ricardo, administrador da fazenda, nos levou para conhecer a casa de hóspedes, na qual eu pretendo voltar para passar um fim de semana inteiro. Levou-nos também para conhecer a história da fazenda, através de fotos e objetos antigos, muito bem preservados.

Quitutes


Mesmos tendo perdido o café rural, pudemos comprar diversos produtos produzidos na fazenda. A variedade é enorme: geleias, doces caseiros, azeites, pimentas, licores, nozes, conservas. Eu, Gérson e Murilo não tínhamos levado muito dinheiro, mas saímos sem um centavo de lá, embora cheios de sacolas e felicíssimos.

Almoço


Saímos da fazenda no horário do almoço e já que estávamos imersos na Rota do Café, fomos almoçar no Restaurante Michella Serv, que é integrante da Rota. Ricardo nos deu as explicações necessárias para chegar lá: saindo da fazenda, basta andar poucos quilômetros pela PR-151 e logo se avista o restaurante do lado esquerdo da rodovia.

É um local muito simples, com comida caseira, que fica disposta sobre um enorme fogão à lenha. É possível escolher pagar por quilo ou comer a vontade por R$ 25 - o que for mais vantajoso.

Almoço no Michella Serv

A comida estava deliciosa, a única coisa ruim é que a achamos um pouco fria. Nada que prejudicasse nosso almoço.

Almoçados e saciados demos uma volta pelas estradas de Ribeirão Claro, que além de fazer parte da Roda do Café também faz parte da Rota das Águas (da qual eu nunca havia ouvido falar, mas que agora tenho muita vontade de conhecer).

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