Eu já começo esse post com um pedido de desculpas. Fiz esses passeios em dias diferentes, em viagens diferentes ao Rio de Janeiro, mas eles tem duas coisas em comum: nos dois dias o clima estava nublado e chuvoso e em ambos eu estava sem a minha câmera fotográfica - e portanto tendo que me contentar com fotos do celular, que na época não era lá dessas coisas...
Mas independente disso, o registro deve ser feito porque a visita a esses dois museus é fundamental para você que vai ao Rio. O Museu da República é na verdade o histórico Palácio do Catete. Construído em 1867 como residência do barão de Nova Friburgo, Antônio Clemente Pinto, é símbolo do poder da elite cafeeira do país na época. Foi em 1896 que o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República.
Mesmo funcionando como sede do governo, o local não deixou de sediar eventos culturais, saraus e bailes que reuniam a elite brasileira da época. Em 1938 a propriedade foi tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Mas a principal memória ligada ao palácio é, sem dúvida, o suicídio de Getúlio Vargas em 1954. Depois de sediar a república por quase 64 anos, o Palácio do Catete tornou-se Museu da República em 1960 devido à mudança da capital federal para Brasília.
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Jardins do Museu da República |
O acervo - que inclui a própria construção, móveis e decoração - e as exposições temporárias tratam da história republicana brasileira. Além do acervo interno do museu, os jardins são uma atração a parte e estão sempre ocupados pelos cariocas, seja usando o trajeto de passagem ou usando as sombras das árvores para descansar lendo um livro. Há ainda várias atividades culturais que são realizadas no próprio jardim. O local reúne ainda um cinema e um café, opções de lazer com cultura fora do circuito comercial.
Logo na entrada do Palácio, chama a atenção um portão de ferro de 1864. No hall, seis colunas de mármore levam à escada principal. As esculturas, luminárias e estuques no teto com as Armas da República foram implantadas na época em que o palácio serviu como sede da presidência. Os cômodos do térreo eram ocupados com setores burocráticos como secretaria, gabinetes, salas de audiências e o Salão Ministerial. Ao subir a escada, o visitante pode apreciar pinturas e esculturas, além da própria arquitetura.
O segundo andar do prédio é chamado de piso nobre e sediava recepções e cerimônias. Cada luxuoso salão é decorado com uma temática diferente, como o Salão Francês no estilo Luiz XVI e o Salão Nobre, decorado com cenas mitológicas. Um dos que mais me chamou atenção foi o Salão Mourisco, com decoração inspirada na arte islâmica. Vitrais e uma capela ainda ocupam o andar. O terceiro e último andar era destinado aos aposentos das famílias dos presidentes, dentre eles o quarto presidencial no qual Getúlio Vargas cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954. Mas, infelizmente, quando eu estava lá esse andar estava fechado para visitação.
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Detalhe da parede do Salão Mourisco |
O Museu da República fica na rua do Catete, 153. A entrada custa R$ 6, mas nas quartas-feiras e domingos a visitação é gratuita. O museu funciona de terça à sexta, das 10h às 17h. Nos sábados, domingos e feriados, abre das 11h às 18h.
Instituto Moreira Salles
O Instituto Moreira Salles é um espaço de arte localizado na casa onde viveu o embaixador Walther Moreira Salles no alto da Gávea. O local se tornou a sede do instituto em 1999 e, desde então, acolhe acervos de fotografia, música e literatura, além de sediar exposições temporárias. A casa ainda contém um cinema e espaço para shows.
Na véspera da minha visita ao Instituto, um temporal havia atingido o Rio de Janeiro e, por isso, alagado várias salas das exposições e do cinema. Dessa forma, meu tour foi reduzido a duas alas e ao jardim. As exposições tratavam das carrancas do Rio São Francisco e ilustrações antigas da cidade. Me deu vontade de voltar lá para percorrer a casa em sua totalidade.
Mas pode-se dizer tranquilamente que a principal "peça" do acervo é a própria casa, um marco da arquitetura moderna dos anos 1950, projetada por Olavo Redig de Campos e com jardins de Burle Marx. A construção fica ainda mais exuberante por estar no meio na Floresta da Tijuca. Um ponto de modernidade cercado pela mata atlântica.
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Parede de cobogós na fachada da casa |
O pátio central, que separa a ala íntima das dependências sociais, dá vista ao jardim com piscina e a montanha ao fundo. Tudo isso ornamentado por uma fonte e uma passagem coberta por uma marquise ondulante. O Instituto Moreira Salles fica na rua Marquês de São Vicente, 476, e funciona de terça a domingo, das 11h às 20h, com entrada gratuita.
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Pátio central |
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