quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Último dia em Montevidéu: Playa de Pocitos

Como vocês hão de lembrar (ou não), Mariana havia sido convocada para assumir seu cargo após passar em um concurso público. A notícia chegou de surpresa quando estávamos na Argentina e já no Uruguai descobrimos que ela tinha um prazo curtíssimo para se apresentar. Ou seja, nossa viagem teria que ser encurtada.

Nosso plano inicial era ir de Montevidéu para Porto Alegre-RS de ônibus. A viagem duraria uma noite e, dessa forma, poderíamos aproveitar mais um dia na capital uruguaia, que nós tanto gostamos. Além de tudo, o preço era bastante convidativo, cerca de R$ 100. Mas devido à iminente convocação da Mariana, tivemos que mudar tudo.

Às pressas, nós compramos passagens de avião para a capital gaúcha. Claro que com isso acabamos pagando uma fortuna nelas. Perdemos uma diária que já estava paga no hostel e, como o avião saia durante a tarde, também perdemos nosso último dia em Montevidéu. Mas nem por isso nos abalamos. Ainda tínhamos uma manhã para curtir um dos maiores orgulhos dos uruguaios: a praia.

Como já disse antes, Montevidéu é banhada pelo Rio da Prata e, para eles, esse rio é tão ou mais oceano que o Atlântico, o Pacífico ou o Índico. Nem tente discutir isso com um uruguaio - você só iria se desgastar à toa. Suas paias de água doce fazem a alegria de quem mora na cidade e também dos turistas.

E, como não poderia deixar de ser, Mariana e eu pegamos informações no hostel e fomos conferir a mais famosa dessas praias: Pocitos. Foi fácil chegar. Pegamos um ônibus próximo à Plaza Independencia e descemos no bairro que leva o mesmo nome da praia. Nome que, aliás, teve origem quando lavadeiras iam até a praia para lavar roupas e faziam poços de água para isso.

A orla da Playa de Pocitos está sempre lotada de pessoas caminhando, passeando e tomando mate. A praia também estava cheia, mesmo ainda sendo bem cedo. Acredito que a maior parte era de turistas, porque fomos lá bem à época das férias escolares.

Playa de Pocitos

Eu estava escaldada com a experiência traumatizante que tive em Punta del Este e nem queria entrar na água, mas decidi arriscar. Claro que a água estava geladíssima, mas pelo menos não tanto como a de Punta. Não tive a mínima vontade de mergulhar ou ficar horas na água, como costumo fazer nas praias brasileiras.

Mesmo assim passamos uma manhã agradável, tomando sol e curtindo a praia de água doce. Gostei mais de Pocitos do que de Punta, principalmente porque na primeira não há aquele vento incômodo fustigando a pele o tempo todo.

Como tínhamos um avião para pegar naquele mesmo dia, acabamos deixando a praia e voltamos para arrumar as últimas coisas que faltavam. A viagem até Porto alegre foi tranquila e rápida. Chegando à Poa, meu primo Vágner nos buscou no aeroporto e nos levou até a casa da minha tia Tereza, onde sempre fico hospedada quando vou ao Rio Grande do Sul.

Demos uma volta na cidade, que Mariana não conhecia, comemos um xis (como os gaúchos chama o que aqui no Paraná damos o nome de lanche) no Cavanhas, o meu preferido de lá e no dia seguinte logo cedo Mariana voltou para Londrina para preparar sua mudança para Brasília. Eu fiquei em Porto Alegre e depois segui com minha família para Florianópolis-SC. Mas isso é assunto para outra série de posts.

Agora, Mariana e eu tiraremos umas merecidas férias e voltamos em 2016 com uma nova série para vocês!
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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mais um pouco sobre minha menina dos olhos

Para mim, a Casapueblo comporta uma magnificência difícil de explicar. Sua construção de um branco imaculado, cheia de formas inusitadas, contrastando com o azul do céu e do mar é de uma beleza indescritível.

Imediatamente me apaixonei pela localização da casa, à beira-mar, que só queria ter dinheiro suficiente para me hospedar no exclusivo hotel que toma parte de suas dependências e aproveitar tudo o que esse lugar poderia me oferecer.

Parte do hotel em Casapueblo

Voltando para a realidade de pobre mortal, Mariana e eu admiramos muito a parte externa da casa e lamentamos não podermos ficar para ver o pôr-do-sol. Como fomos para Punta de ônibus, tínhamos hora marcada para voltar a Montevidéu.

Mas caso você vá de carro, ou mesmo para se hospedar em Punta del Este, não deixe de sentar em uma das muitas varandas ou terraços da Casapueblo e esperar o sol ir embora. Tenho certeza de que não haverá arrependimento, pelo contrário, uma sensação de gratidão por fazer parte de uma natureza tão deslumbrante com certeza se apoderará de você.

O cenário é totalmente propício para apreciar esse espetáculo, visto que o sol se põe de encontro ao mar. A paisagem no entorno da casa também ajuda muito. Ela não poderia estar mais bem localizada ou ter sido construída em um lugar mais bonito.

Casapueblo

O Museu


Depois de muito apreciar a parte externa da Casapueblo - que já conta com obras de Vilaró -  e admirar a paisagem, Mariana e eu seguimos para o interior dela, para desbravar as salas que compõem o museu e a galeria de arte.

Dentre as muitas obras que pudemos ver, um texto de Carlos Páez Vilaró chamou a nossa atenção. Ele foi escrito em homenagem às mulheres, a quem o artista também dedica sua maior obra, a Casapueblo. Ao mesmo tempo delicado e sofisticado, o texto é um alento para nós mulheres, que muitas vezes não somos reconhecidas.

Texto de Vilaró em homenagem às mulheres

Uma outra obra, que versa sobre a falta de amor na terra, foi a minha preferida. Sua simplicidade não condiz com a força que dela emana. Impossível não parar e refletir um pouco.

A obra que mais gostei


Acidente nos Andes


Uma outra parte do museu, da qual não tiramos fotos, conta um pouco do maior drama vivido por Vilaró, quando o avião em que seu filho estava caiu na Cordilheira dos Andes. O nome do artista não é sempre associado a esse desastre, que ficou famoso mundialmente e virou livro e filme.

Em 13 de outubro de 1972, o voo 571 da Força Aérea Uruguaia que transportava a equipe de rugby do colégio Stella Maris para jogar uma partida em Santiago - entre eles Carlitos Rodríguez, filho mais velho do artista e integrante da equipe - colidiu com uma montanha na Cordilheira Andina, entre o Chile e a Argentina.

Vilaró fez parte do grupo de buscas que procurava os 45 passageiros do avião. Se você ainda não assimilou de qual acidente estou falando, esse é aquele em que os sobreviventes ficaram desaparecidos por 70 dias, em um frio que passava de -40ºC e precisaram consumir a carne dos passageiros mortos para sobreviver. A tragédia ficou conhecida como "Milagre dos Andes".

Claro que as buscas foram encerradas e todos foram dados como mortos. Mas dois sobreviventes caminharam por dez dias até conseguir ajuda. Do total de passageiros, 13 morreram devido à queda e 16 devido aos ferimentos e a uma avalanche que atingiu os destroços do avião. Do total, apenas 16 sobreviveram, entre eles, Carlitos.

Com essa triste história, nos despedimos da Casapueblo, minha menina dos olhos uruguaia, à qual, um dia, espero voltar.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Casapueblo, a minha menina dos olhos

A primeira vez que ouvi falar da Casapueblo eu estava passando férias em São Lourenço do Sul-RS com minha família. Minha prima Odete foi com alguns amigos de carro até o Uruguai e voltou falando maravilhas do lugar. Isso sem falar nas fotos.

Foi amor a primeira foto. Aí decidi que quando fosse ao Uruguai, iria conhecê-la pessoalmente. Não abriria mão de jeito nenhum de ir até a Casapueblo.

Mas afinal, o que é a Casapueblo? É uma casa, ou melhor, uma cidadela desenhada e construída pelo conceituado e renomado artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró, que faleceu em 2014, aos 90 anos, em sua amada casa.

Era na parte mais alta da construção que ele morava e mantinha seu ateliê. Atualmente, a Casapueblo abriga um museu, uma galeria de arte, um restaurante e um hotel e é um lugar muito concorrido para apreciar o pôr-do-sol.

A construção, iniciada em 1958 e terminada 36 anos depois, foi erguida ao redor de uma casa de lata chamada La Pionera e, posteriormente, foi sendo revestida com madeiras de naufrágios. Anos depois o artista a foi pintando de branco, para contrastar com o azul do céu e do mar.

Sua estrutura curiosa lembra as das construções na costa mediterrânea de Santorini, ilha grega oficialmente conhecida como como Tira - muito embora Vilaró costumasse dizer que ela era baseada em um forneiro, pássaro típico do Uruguai e que por aqui é conhecido como joão-de-barro.



Para chegar


Enfim começamos nossa odisseia para chegar à Casapueblo quando descobrimos que descemos do ônibus no lugar errado, teríamos que pegar (e pagar) outro ônibus e andar um bom tanto para ir até ela.

Compramos as passagens, demos uma voltinha em Punta del Este - mais precisamente até o Monumento Al Ahogado - e partimos para Punta Ballena, que fica a 15km do centro de Punta del Este.

Dessa vez, pedimos ao motorista para nos avisar onde descer, mas mesmo tendo descido no lugar certo, tivemos que perguntar novamente como fazíamos para chegar ao nosso destino.

Andamos cerca de 2km para chegarmos, sem ter certeza de que estávamos indo para o lugar certo porque não conseguíamos ver a casa. Mas enfim avistamos uma placa que nos informou que o lugar era aquele!

Logo no fim da rua que nos leva à Casapueblo, há o mirador de Punta Ballena, que rende ótimas fotos, com a outa Punta, a del Este, ao fundo.

Punta del Este, vista de Punta Ballena

Fomos à recepção super empolgadas quando descobrimos que a Casapueblo não aceitava cartão para pagar a entrada que dava direito a visitar parte de suas dependências. Tínhamos ido com pouco dinheiro porque pretendíamos ou sacar por lá ou usar cartão. A grana de nós duas não pagava a entrada.

Ainda bem que sabe-se lá Deus o motivo, nós ainda tínhamos um pouco de pesos argentinos na carteira e a recepcionista aceitou que pagássemos a entrada com eles. Ela era brasileira, então provavelmente deve ter entendido nosso drama.

Assim, finalmente eu estava conhecendo minha menina dos olhos e ela não me decepcionou. Como esse texto está muito grande, vou falar mais sobre a Casapueblo no próximo post. Não percam!
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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Punta del Este, o balneário preferido dos uruguaios

Sempre ouvi falar maravilhas sobre Punta del Este, o badalado balneário uruguaio, que é considerado um dos mais luxuosos e famosos do mundo.

A cidade, fundada em 1829 como nome de Villa Ituzaingó, é banhada tanto pelo Rio da Prata como pelo Oceano Atlântico. O nome da cidade se deve exatamente pelo fato dela ser a ponta oriental do Uruguai. Sua extremidade marca a divisão entre o rio e o mar.

Punta del Este é frequentada pelas elites uruguaia e argentina e, de uns tempos para cá, pela brasileira também. Mas não se engane, você vai encontrar muita "gente como a gente" por lá.

Mariana e eu fomos ao Terminal Tres Cruces e pegamos um ônibus da Copsa para lá. As passagens de ida e volta custam (atualmente) 256 pesos ou cerca de R$ 33. Nossa viagem durou em torno de 2h. Desembarcados na rodoviária de Punta e fomos pedir informações sobre como chegar à Casapueblo - minha menina dos olhos dessa viagem.

Fomos informadas de que deveríamos ter descido em Punta Ballena, uma pequena península que fica antes de Punta del Este. Quase tive um treco. Como pude cometer um erro desses?

Resultado: tivemos que pegar outro ônibus e voltar um pedaço do caminho para ir até lá. Decidimos ir primeiro à Casapueblo e depois voltar para curtir Punta - mas vou tratar de nossa visita à casa em um post separado.

Monumento Al Ahogado


Voltando à Punta del Este, nossa primeira visão foi a do Monumento al Ahogado (Monumento ao Afogado), também conhecido como La Mano (A Mão), Los Dedos (Os Dedos) e Hombre Emergindo a la Vida (Homem Emergindo à Vida), como foi originalmente chamada pelo seu autor.

A escultura do artista chileno Mario Irrazábal foi feita em 1982 durante o primeiro Encontro Anual Internacional de Escultura Moderna ao Ar Livre e, desde então, é uma das atrações-símbolo de Punta.

Ela fica na altura da Parada 1, na Playa Brava. Da rodoviária até lá são cinco minutos a pé. Inclusive fomos antes de ir para Punta Ballena porque tínhamos algum tempo antes do nosso ônibus sair.

Se você, assim como eu, quiser tirar uma foto apenas do monumento, sem toda aquela turistaiada posando para fotos, desista. Ainda mais durante a temporada. O melhor que consegui foram fotos com dois ou três turistas. Isso porque tentei com afinco uma foto sem ninguém.

Monumento Al Ahogado


A praia


Bom, vamos falar do que importa realmente em Punta del Este, a praia. Sei que pode ser cruel, mas vou dizer de uma vez: ela é péssima. Fica muito aquém das praias brasileiras. Para quem mora em um país com um litoral tão maravilhoso quanto o nosso, curtir uma temporada em Punta, para aproveitar o mar não vale nada a pena.

Se você for para conhecer, ir a restaurantes bacanas, curtir as baladas agitadas da cidade, ainda vá lá, mas se quiser ir mesmo para torrar na areia, tomar banho de mar, prepare-se para uma grande decepção.

Claro que é tudo muito lindo, isso não há como negar. Mar azul, sol, verão. Perfeito para as fotos!

Mar de Punta del Este (vista a partir de Punta Ballena)

Mas vamos para a prática. Primeiro: a areia é grossa. Nada daquela areia fininha que encontramos pelas praias brasileiras. Segundo: venta muito. Mesmo em janeiro, no auge do verão, o vento não dá trégua. E terceiro: a água é muito fria. Muito mesmo. Não água gelada igual a das praias de Floripa. Gelada de verdade.

Mariana e eu decidimos ir uma de cada vez dar um mergulho. Enquanto uma ficava na água, a outra cuidava dos pertences. Fui primeiro. Em menos de dois minutos voltei tiritando de frio. Consegui molhar até as canelas, aí desisti. Muito vento, água geladíssima, para deixar qualquer cachoeira brasileira no chinelo.

Mariana disse que eu - the queen of drama - estava exagerando e foi lá conferir. Depois de cinco minutos ela se deu por vencida. Era impossível aproveitar uma água fria daquele jeito.

Demos nosso dia de praia por encerrado e fomos tomar uma cerveja e beliscar alguma coisa antes de voltarmos para Montevidéu.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Um fim de tarde passeando pela rambla e uma noite num bar tradicional

Depois de passearmos pelo Centro Histórico de Montevidéu, Mariana e eu seguimos a pé até encontrarmos um dos maiores orgulhos dos uruguaios: a rambla!

Uma rambla é uma avenida que circunda a orla uruguaia. Mas como orla, se Montevidéu não é banhada pelo oceano? Bom, a cidade é banhada pelo Rio da Prata e os uruguaios o consideram como mar.

Jamais tente dissuadir um uruguaio de que "rio é rio" e "mar é mar". Para eles o Rio da Prata é equivalente ou até superior que muito oceano por aí! Então é melhor não discutir, aceitar e apreciar a vista!

Mas como chegamos à rambla? Simples: mapa nas mãos e rodinhas nos pés. Nós duas acreditamos que, ao visitar um lugar, o melhor jeito de conhecê-lo é andando por suas ruas, por isso não nos importamos em "perder os pés" de tanto andar.

Fomos caminhando em direção às águas pela via Sarandí. Logo que a rua termina é possível avistar a Escollera Sarandí, que é um quebra-mar, ou seja, é uma estrutura feita para proteger a costa e o porto da ação das ondas do mar, nesse caso em particular, das ondas do rio.

Fomos andando por ela, que nada mais é do que um caminho de pedras e concreto rio adentro. Lá muitas pessoas pescavam despreocupadamente. Um lugar excelente para fotos.

Rio da Prata e Escollera Sarandí
Navios indo para o porto (vista da escollera)

Voltamos para a rambla e continuamos caminhando pela orla, que é muito bem cuidada e muito querida pelos uruguaios. Como era um lindo fim de tarde, muitos turistas e locais passeavam por lá aproveitando a brisa fresca que vinha do "mar".

Só para esclarecer: Montevidéu tem diversas ramblas. A que tem início após a Escollera Sarandí é a Rambla Francia, que após pouco mais de um quilômetro torna-se Rambla Gran Bretaña. Fomos andando por elas e parando para admirar a linda vista e tirar fotos.

Rio da Prata e ramblas

Andamos por alguns tempo até estarmos na mesma direção do nosso hostel e voltamos para tomar um banho, descansar um pouco e dar start na nossa noite.

A noite


Escolhemos um bar na Ciudad Vieja, super tradicional na cidade, o El Pony Pisador. Aproveitamos que quem era hóspede do Che Lagarto tinha direito a um drink de graça e que o bar ficava a poucas quadras do hostel e fomos.

O bar funciona diariamente. De segunda a sexta, a partir das 17h e sábados e domingos a partir das 20h. Todos os dias tem música ao vivo. O endereço do el Pony Pisador é Bartolomé Mitre, 1325.

Uma placa na entrada dizia ser noite de samba. Ficamos um tanto receosas quanto a ouvir música brasileira no Uruguai, mas decidimos encarar. Ganhamos uma taça de espumante e depois pedimos porções e drinks. Comemos e bebemos muito bem, mas o destaque da casa foi mesmo a banda.

Não sei o que os uruguaios consideram como samba, porque grande parte das músicas tocadas passava muito longe desse gênero musical. Mas foi impagável ouvir canções como "Morango do Nordeste" tocadas por estrangeiros. E o melhor de tudo é que o pessoal que estava por lá adorou, e nós também!

Voltamos cedo para o hostel porque no dia seguinte iríamos pegar uma praia em Punta del Este!
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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Segunda parte do passeio a pé por Montevidéu

Depois de fazermos comprinhas no Mercado de los Artesanos e comer panchos, Mariana e eu partimos pela Avenida 18 de Julio em direção à Plaza da Independencia, que nesse momento era nosso destino.

Mesmo estando hospedadas na praça, não havíamos prestado devida atenção a ela e ao seu entorno, afinal chegamos lá a noite e saímos logo cedo na manhã seguinte. Então era a hora de parar e prestar essa atenção, porque tanto a praça quanto seus monumentos e entorno merecem.

O prédio que mais se destaca ao redor da praça é o Palacio Salvo, projetado pelo italiano Mario Palanti e inaugurado em 1928. Por muito tempo foi a torre mais alta da América do Sul, com 27 andares e 95 metros de altura.

Palacio Salvo

Mas não pense que somente esse edifício, que muitos dizem ter um estilo duvidoso, chama a atenção por lá. A Plaza Independencia em si é uma atração.

Sempre repleta de locais e turistas, a praça é extremamente bem cuidada e limpa. Seus jardins, fontes e palmeiras conferem a ela uma beleza bucólica.

Plaza Independencia
Flores na Plaza Independencia

Em seu centro está a estátua do General José Gervasio Artigas, heroi nacional uruguaio. Abaixo da estátua há um mausoléu subterrâneo com os restos mortais de Artigas, guardados 24 horas por um guarda de honra.

Estátua do General Artigas

Vou confessar que Mariana e eu não fomos ao mausoléu porque não sabíamos de sua existência. Só a descobri tempos depois. Faz parte.

Continuando nosso passeio, a extremidade lateral leste da Plaza Independência está a Puerta de la Ciudadela, a única que restou da muralha construída na época colonial para proteger Montevidéu.

Puerta de la Ciudadela

Passando a Puerta de la Cidadela e seguindo pela esquerda até a esquina, logo se avista o Teatro Solís, inaugurado em 1856. Ele recebeu esse nome em homenagem a um navegador espanhol Juan Díaz de Solís, comandante da primeira expedição europeia a navegar pelo Rio da Prata.

O Solís é o principal teatro uruguaio e oferece visitas guiadas ao seu interior de sexta a domingo. Infelizmente não fizemos a visita, pois estava acontecendo um evento no local quando fomos lá (o ano era 2013 e Montevidéu havia sido escolhida como a capital ibero-americana da cultura naquele ano).

Tivemos que nos contentar em ver a fachada imponente, com o sol esculpido na parte superior e o pequeno farol no topo, que fica aceso durante os espetáculos.

Teatro Solis

Nosso passeio pelo Centro Histórico terminou na Catedral Metropolitana, localizada na Plaza Contituición, na Ciudad Vieja - a três quadras do teatro, indo pela via Sarandí - que começa na Puerta de la Ciudadela e é apenas para pedestres.

A primeira matriz da cidade ruiu em 1788 e a atual foi construída no mesmo local, porém num projeto muito maior e mais ambicioso que o antigo. Inaugurada em 1804, sem as torres gêmeas e diversos outros detalhes - que só foram terminados anos depois, a igreja possui uma arquitetura neoclássica, principalmente no que se refere a sua fachada.

Catedral Metropolitana
Detalhe de uma das torres gêmeas

Haviam dito a Mariana e a mim que seu interior era muito bonito, mas quando chegamos à Catedral, ela estava fechada. Acredito que como chegamos num fim de tarde, acabamos perdendo o horário de visitação.

Nos restou admirar a igreja e a Plaza Constituición, com sua linda fonte. A praça é a mais antiga da cidade e local onde a primeira constituição uruguaia foi jurada.

Fonte na Plaza Contituición
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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Primeiro passeio a pé em Montevidéu

Acho que vocês já estão cansados de saber disso, mas não custa lembrar o quanto eu amo conhecer o Centro Histórico das cidades que visito.

Assim, depois de passear pelo Estadio Centenario e pelo Museo del Fútbal, Mariana e eu pegamos um ônibus e voltamos em direção ao nosso hostel. Aproveitamos e descemos um pouco longe dele para ir conhecendo os prédios históricos no caminho.

Então começamos nosso passeio! Por acaso acabamos na Pasaje de los Derechos Humanos, onde estão os edifícios da justiça uruguaia.

De um lado, o Palacio Piria, que hoje abriga a Suprema Corte de Justicia de Uruguay. Construído em 1917 a mando do empresário Francisco Piria, o edifício foi desenhado pelo arquiteto francês Camille Gardelle.

Palacio Piria

Do outro lado está o Palacio de los Tribunales, que funciona no antigo edifício da empresa de ônibus Onda desde 2008, quando o prédio foi reformado e ampliado.

Palacio de los Tribunales

Ao lado dos palácios está a Plaza Cagancha, que tem sua face principal na mais movimentada avenida de Montevidéu, a 18 de Julio. É nessa praça o quilômetro zero das estradas nacionais uruguaias.

Na praça também está a Coluna da Paz, monumento encomendado pelo então chefe político de Montevidéu para comemorar o fim de um conflito conhecido como Batalha de Cagancha.

O projeto escolhido foi o do escultor italiano Giuseppe Livi e a escultura foi o primeiro monumento público da cidade, inaugurada em 1867 com o nome oficial de Estatua de la Paz.

Estatua de la Paz

No número 1365 da praça está o Mercado de los Artesanos, repleto de barracas que vendem todo o tipo de objetos de segunda a sábado, das 10h às 20h.

Mariana e eu quase não gostamos disso, então compramos várias coisinhas, de imã de geladeira a sabonetes (maravilhosos), de bolsa a marcadores de livros e saímos de lá felizes e contentes!


Aí, paramos para eu comer panchos de novo! Vi uma promoção em um barzinho/restaurante no nosso caminho e decidi parar para comer.

Os panchos, como mencionei no post de segunda-feira, são os cachorros-quentes uruguaios, que originalmente são muito simples: um pão de leite, uma salsicha muitas vezes mais comprida que o pão e mostarda.

Em alguns lugares, como acontece também no Brasil, os panchos ganham diversos complementos, mas o que escolhi era tradicional mesmo. Não estava saboroso, porém matou a fome e rendeu uma foto genial que Mariana tirou de mim.

Marina comendo pancho!
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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Porque meninas também gostam de futebol

Entre as muitas coisas que Mariana e eu temos em comum, está a paixão pelo futebol. Com uma diferença gritante: ela é são paulina e eu corintiana. Rivalidades à parte, já assistimos a muitos jogos juntas na época da faculdade.

E esse ponto em comum é uma coisa que brasileiros e uruguaios também têm. Ambos possuem amor incondicional por esse esporte: como no Brasil, o futebol é o mais popular por lá.

Sendo assim, nosso primeiro destino em Montevidéu, em uma manhã ensolarada e de muito calor foi o Estadio Centenario, um monumento ao futebol mundial construído para sediar a Copa do Mundo de 1930.

Placa no interior do Estadio Centenario

O nome do estádio é em homenagem ao 100° Aniversário da Primeira Constituição do Uruguai. É nesse estádio, com capacidade para mais de 65 mil pessoas, que a seleção uruguaia costuma jogar e que clubes tradicionais como Peñarol e Nacional disputam algumas de suas partidas.

Pedimos informações na recepção do hostel sobre como chegar ao estádio e fomos de ônibus, que são ridiculamente baratos no Uruguai - isso se comparados à tarifa de Londrina-PR, que é absurda para uma cidade de médio porte.

Chegamos sem problemas ao nosso destino e, como para variar um pouquinho (só um pouquinho), eu estava morta de fome, parei em um trailer próximo ao estádio para comer um pancho, o cachorro-quente uruguaio, muito simples e saboroso (vou falar mais dele depois).

Na visita ao Centenario (que custou 100 pesos uruguaios, ou atualmente R$ 13), descobrimos que, além de conhecer o estádio, havia lá um museu do futebol. Ficamos muito empolgadas porque ambas já havíamos visitado o Museu do Futebol brasileiro e havíamos amado.

Fomos primeiro conhecer o estádio propriamente dito, que não decepcionou, mesmo com um gramado ruim, de dar dó. Mas afinal, como nos decepcionar se estávamos no palco da Copa do Mundo de 1930, a primeira delas?

Estadio Centenario


Museo del Fútbal


Para quem já visitou o Museu do Futebol no Brasil, no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido como Pacaembu, o Museo del Fútbal uruguaio é um tanto frustrante.

O museu de Montevidéu foi inaugurado em 1975, quando ainda vigoravam mundo afora aqueles museus tradicionais. Sendo assim, lá não há nada daquelas interatividades tecnológicas que fazem do museu brasileiro um dos melhores e mais incríveis do país.

No museu uruguaio, que funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, encontramos puramente a história do esporte. Prepare-se para encontrar um museu muito clássico e um tanto pequeno, sem nada de inovador.

Claro que a experiência vale a pena e eu recomendo muito para quem gosta de futebol, até porque esse foi o primeiro museu da Terra a se dedicar ao esporte. Então se você é daquelas, ou daqueles, amantes do futebol, a visita é um excelente programa.

E os destaques do acervo vão para a seção relacionada à Copa do Mundo de 1930, às conquistas do futebol uruguaio, à pedra fundamental do estádio e a um quadro do renomado artista uruguaio Juan Paez Vilaró.

Museo del Fútbal
Pedra Fundamental do Estadio Centenario
Quadro de Juan Paez Vilaró
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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Eis que desembarcamos em Montevidéu

Então Mariana e eu saímos às 19h00 de Colonia del Sacramento e fomos para a capital uruguaia, Montevidéu. Como contei anteriormente, fomos de ônibus. A viagem foi rápida, durou cerca de 2h30 e foi feita por uma estrada linda e muito bem cuidada.

Chegamos ao terminal rodoviário de Montevidéu, o Tres Cruces lá pelas 21h30. Íamos comprar nossas passagens de volta para o Brasil naquele momento mesmo. A ideia era pegarmos um ônibus em Montevidéu e irmos para Porto Alegre, passar uns dias na casa de uma tia minha.

Como Mariana não conhecia o Rio Grande do Sul, aproveitaríamos para fazer alguns tours por esse estado que eu amo e onde mora toda minha família paterna. Dessa forma, pegaríamos um ônibus no Tres Cruces à noite e chegaríamos de manhã a Porto Alegre.

Acabamos não achando um horário conveniente e decidimos que compraríamos depois as passagens. De qualquer forma teríamos que voltar à rodoviária para ir à Punta de Este, então não seria problema.

Ainda bem que não compramos, porque Mariana - não sei se vocês lembram ou se acompanham todo o blog - tinha passado num concurso e recebeu a notícia que deveria se apresentar dentro de poucos dias em Brasília-DF. Devido a isso, acabamos encurtando em um dia nossa viagem e tivemos que ir de avião para Porto Alegre, senão não daria tempo de Mariana resolver tudo o que precisava em Londrina-PR para ir à Brasília.

Enfim, vamos voltar para nossa chegada à capital uruguaia. Pegamos um táxi e fomos para onde? Che Lagarto Hostel, é claro! Na época o hostel ficava em um casarão antigo bem na praça principal da cidade, a Plaza Independencia.

Hoje, o Che Lagarto está em um lugar novo, na Colonia, 2063. Uma ótima localização, mas não tão boa como a antiga, que era exatamente no coração de Montevidéu.

Claro que estando em um casarão centenário, o hostel tinha suas desvantagens, por isso tivemos que subir as escadas com nossas malas, já que a recepção ficava no segundo andar.  Mas não foi nada demais também.

Tínhamos reservado um quarto compartilhado para seis meninas, mas quando chegamos, havia apenas duas lá. Duas brasileiras. Não me lembro dos nomes delas, mas eram muito simpáticas. Uma carioca e uma paulistana, que foram as únicas companhias que tivemos no quarto durante nossa estadia.

Bom, como eu sempre estou com fome, deixamos nossas malas e fomos comer. Não tínhamos muita preocupação com o que comer, então nós fomos andando a esmo pela Avenida 18 de Julio, a principal de Montevidéu e que começa ou termina, não sei, na Plaza Independencia.

Vimos alguns lugares e paramos em uma pizzaria que parecia promissora, com mesinhas dispostas na calçada. Imediatamente pedimos uma Patricia e brindamos à nossa estada em terras uruguaias.

Primeira Patricia em terras uruguaias

Comemos nossas pizzas, que por sinal estavam muito gostosas e logo uma coisa nos chamou a atenção: a quantidade de policiais patrulhando as ruas. Sentimo-nos muito seguras. Foi aí que um garoto passou pela rua da pizzaria e levou a bolsa de uma turista que estava na mesa ao lado da nossa.

Dois homens que estavam naquela mesa saíram correndo atrás do menino. Parecia que ele sabia a hora exata de agir, porque quando ele roubou a bolsa, não havia nenhum policial por ali.

Felizmente a bolsa foi recuperada, o menino fugiu. Pelo menos o episódio serviu para prestarmos mais atenção em nossos pertences e tirar aquela falsa sensação de segurança.
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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Um resto de tarde em Colonia

Depois de apreciarmos Colonia del Sacramento do alto, Mariana e eu tínhamos que escolher nosso próximo destino. Lá de cima do Farol de Colonia era possível ver a Igreja Matriz da cidade. Então depois que nós duas descemos, decidimos rumar para lá, para conhecê-la de perto.

Igreja Matriz de Colonia vista de cima do farol

A Basílica del Santíssimo Sacramento teve sua forma atual moldada após algumas reconstruções. Uma parte do edifício foi destruída por uma explosão num local de armazenagem de pólvora e, dizem, a tal explosão foi causada por um raio, em 1823.

A fachada toda branca - um pouco suja e precisando de uma pintura quando conhecemos, tem seus detalhes mais bonitos nas cúpulas de azulejos das torres (foto acima). Uma das torres ostenta o sino e a outra o relógio.

Ela está longe de ser a igreja mais bonita ou suntuosa que já visitamos, mas seu interior simples possui algumas obras interessantes que datam do período colonial, então não poderíamos deixar de conhecer.

Como eu disse anteriormente, a maioria dos lugares que valem a pena ser visitados em Colonia del Sacramento podem ser percorridos a pé, sem problemas e sem cansaço. Então rumamos do farol para a igreja e em poucos minutos estávamos lá.

Basílica del Santíssimo Sacramento
Torres da igreja
Interior da igreja

Continuamos nosso passeio pelas ruas arborizadas de Colonia, que não poderiam estar mais calmas. Aproveitamos para comprar souvenires, observar a arquitetura da cidade e seus moradores e tentar captar através das lentes das câmeras toda a tranquilidade que emanava desse pequeno paraíso.

Tranquilidade em Colonia

Assim fomos seguindo em direção ao Muelle 1866, o antigo porto da cidade, fundado, claro, em 1866. Hoje, restaurado, ele ainda conta com embarcações pequenas e possui um lindo píer em que é possível observar a orla de Colonia e ter uma vista linda.

Muelle 1866
Píer
Vista do píer

Depois desse dia maravilhoso passado nessa cidadezinha pacata, retornamos à rodoviária, pegamos nossas malas e entramos num ônibus rumo à capital uruguaia, a tão subestimada Montevidéu.
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