segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Wicklow: rotas cinematográficas e um monastério do século VI

No último dia antes de embarcar de volta ao Brasil aceitei a sugestão do meu primo e seguimos para o condado de Wicklow para conhecer o antigo monastério de Glendalough. No caminho paramos para ver a vila cenográfica de Kattegat, onde é gravada a séries Vikings. O lago que serve de cenário é conhecido como Lago Guinness, em razão da cor negra das águas e por ter o formato similar à um copo de pint. O nome oficial do lugar, que pode ser visto da beira da estrada, é Lough Tay. 

O local é propriedade particular e, ao chegarmos no portão o segurança nos explicou que as gravações estavam paradas e, por isso, os barcos não estavam lá. Mas ele nos orientou a seguir na estrada para ter uma vista panorâmica da vila. O que já foi mais do que suficiente para deixar eufórica esta série maníaca que vos fala!

Dá até pra imaginar Ragnar ali arrumando alguma briga, haha
Nessa vista panorâmica dá pra ver até a espuma branca no topo da pint ;)
Admirando as paisagens montanhosas da Irlanda
A 50 km de Dublin, Glendalough é uma vila monástica construída no século VI por St. Kevin e destruída pelos ingleses em 1398. O local aparece em algumas cenas de filmes como Rei Arthur, Leap Year e outros. Na entrada, existe um centro de atendimento ao visitante, com estacionamento, banheiros, lanchonetes e barraquinhas vendendo souvenirs. Não é cobrada a entrada e o visitante pode optar por fazer trilhas. Percorremos uma que passava pelo Lower Lake e chegava até o Upper Lake, num trajeto super tranquilo de 1,6 km. 

Vista do lago na entrada de Glendalough
Cemitério com torre ao fundo
Ruínas da St. Mary's Church
Ruínas da St. Kevin's Church

Junto com o cemitério estão ruínas de duas igrejas datadas do século XII, a St. Mary's e a St. Kevin's. No meio de tudo, uma torre de pedra que atinge 30 m de altura e servia para que os habitantes avistassem (e conseguissem fugir) de ataques dos vikings.  

Paisagem vista no caminho
As trilhas são bem estruturadas
Campos irlandeses...
... e seus habitantes

O local é cheio de simpatias e superstições, por isso não se assuste ao ver pessoas dando voltas na torre. Não me contive e perguntei para uma senhora o motivo. Ela me contou que, segundo a lenda, ao dar voltas na torre no sentido horário, conquista-se aquela pessoa desejada. Já se quiser se livrar de alguém, é só dar voltas no sentido anti-horário. Haha, esses irish...  

Upper Lake incrustado entre as montanhas
Upper Lake

Ainda no condado de Wicklow é possível visitar o castelo de Powerscourt Gardens e passar pela ponte que serviu de cenário para o filme PS. Eu te amo. Mas precisávamos voltar cedo pois no dia seguinte, às 4h, eu tinha que estar no aeroporto para voltar para casa. 

Mas nenhuma pressa nos impediu de conhecer o famoso Johnnie Fox's Pub. Fundado em 1798, o pub é bem tradicional, mantém uma decoração cheia de antiguidades e tem música típica irlandesa. Como chegamos lá no meio da tarde, estava praticamente vazio. O que nos deixou ainda mais a vontade para conhecer os detalhes do lugar. Fomos super bem atendidos e é claro que não podia perder a oportunidade de comer mais um fish and chips tradicional.  

Poucas coisas são tão irlandesas, como essa frase no banheiro do pub, hahaha
Decoração no interior do Johnnie Fox
No total (entre Wiclow + Glendalough e Cliffs of Moher), gastamos 209 euros. Contabilizando 90 euros pelo aluguel do carro durante dois dias e 119 euros de gasolina por todos os trajetos percorridos. Levando em conta que dividimos nossas despesas em quatro pessoas e que os passeios turísticos contratados em Dublin para Wiclow costumam custar 30 euros, financeiramente compensa (se você estiver em grupo).

Mas muito além da questão financeira, a experiência de escolher seu trajeto, os pontos a visitar e o tempo de parada em cada local são as principais vantagens de percorrer o interior da Irlanda por conta própria. 

Tive a experiência de dirigir em mão inglesa (as fotos que provariam tal façanha ainda estão com meu primo) e posso dizer que é muito estranho. É difícil trocar de marcha com a mão esquerda e, principalmente, lidar com a mudança na noção espacial. Os sustos do Muca a cada vez que eu me aproximava das muretas de pedra à esquerda valeram a viagem, hahahaha. Mas a paciência dele e a boa vontade em aturar isso também! Ao chegar em Dublin, ainda fomos em dois pubs para que pudesse me despedir da Irlanda apropriadamente. 
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Cliffs of Moher: exuberância da natureza

Depois de conhecer a Irlanda do Norte, parti para Londres e Barcelona. Mas aqui no blog vou me permitir uma viagem no tempo para fazer o relato de outros dois passeios que fiz no interior da Irlanda. Visitei Cliffs of Moher, Wicklow e Glendalough nos meus últimos dias em terras irlandesas, logo depois de ter voltado do continente. No entanto, achei melhor reunir logo todos os posts sobre a Irlanda e depois começar uma nova série sobre Londres e Barcelona.

Mas enfim, vamos ao que interessa: Cliffs of Moher! Desde a primeira vez que digitei "Ireland" no Google, a paisagem desse lugar se tornou uma obsessão para mim! Eu PRECISAVA (como diz Marina) conhecer essas falésias gigantes que ficam na costa oeste da Irlanda, a 280 km de Dublin. O lugar é tão incrivelmente lindo que já foi cenário de inúmeros filmes e é a atração turística natural mais visitada da Irlanda. As falésias se estendem por 8 km, a mais de 200 metros do nível do mar.

Primeira vista, logo na entrada, em frente ao centro de visitantes


Quando chegamos, o clima estava meio fechado, mas o sol apareceu para dar o ar da graça ao longo do dia 

O tamanho das falésias impressiona (dá para ter uma noção pela escala dos turistas caminhando ali em cima)

Optamos por alugar um carro novamente, mas é possível pegar um ônibus direto de Dublin a Galway (200 km) e de lá contratar um pacote turístico para seguir até Cliffs (mais 80 km). Ou ainda contratar o pacote turístico direto de Dublin para passar o dia nos Cliffs. Inúmeras agências espalhadas pelo centro da cidade oferecem o tour e o preço costuma variar entre 40 e 50 euros.

É possível visitar a Torre O'Brien, projetada como um observatório que fica bem próxima a entrada do parque, pagando-se 2 euros pela entrada. O local foi construído em 1835 por Cornelius O’Brien, descendente do primeiro Rei da Irlanda, Brian Boru.  



Torre de O’Brien

Ao chegar, os turistas tem duas opções de trilha, optamos por começar pelo lado direito, em direção a Torre de O’Brien 








Também é possível conhecer Cliffs por outro ângulo: vários cruzeiros e passeios de barco passam pelo local

O parque funciona o ano todo (com exceção nos dias 24, 25 e 26 de dezembro) e abre às 9h todos os dias. O horário de fechamento depende da época do ano e, como está em meio à exuberante natureza, pode interromper as visitações dependendo da condição climática. Por isso, é bom checar antes de seguir para lá. A entrada na área do parque custa 6 euros e, como estávamos de carro, pagamos já na entrada do estacionamento.

O Centro de Atendimento aos visitantes já vale uma foto (que muito provavelmente eu não tirei porque estava correndo para chegar nas falésias). Ele fica literalmente incrustado na rocha, como uma toca de hobbit (momento "owhnnnnnn"). Passei lá no final da visita, onde comprei algumas lembrancinhas. O local conta ainda com uma cafeteria e um centro com informações sobre a formação dos penhascos (onde funcionários e guias estão a disposição para tirar dúvidas). 

Eu e Muca sendo corajosos
O sol deixou tudo ainda mais lindo
Torre vista de outro ângulo (na trilha da esquerda)

Passei o tempo todo impressionada pela magnitude da natureza desse lugar, esculpido ao longo de milhões de anos pelo vento e movimento das rochas. Enquanto caminhava pelas pedras e contemplava a paisagem, imaginei como deveria ser a vida dos homens que habitavam essa área há milhares de anos: afortunados pela beleza e, ao mesmo tempo, ameaçados pela força dos ventos.

Cliffs of Moher
Colocarei os gastos com a viagem no próximo post, pois somei os custos da gasolina e aluguel do veiculo pelos dois dias de passeio: Cliffs of Moher + Wicklow e Glendalough.

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Irlanda do Norte: frio, chuva, vento e muita história

Uma das coisas incríveis de viajar para a Irlanda é a proximidade entre as cidades. Assim, fica fácil conhecer vários pontos da ilha em pouco tempo. Foi isso que decidi fazer e, antes de partir para a Londres, resolvi conhecer a Irlanda do Norte - mais especificamente a capital Belfast e um dos principais pontos turísticos do país, o Giant's Causeway, ou Calçada dos Gigantes, que fica no extremo norte da ilha.

Meu primo e a Micka conseguiram pegar folga do trabalho no dia e, assim, resolvemos alugar um carro. Se você estiver em grupo, essa é sem dúvida a melhor opção: liberdade para fazer seu próprio roteiro e divisão de gastos. Vale muito a pena. Mas se estiver sozinho, ou não tiver o hábito de dirigir na mão inglesa (haha) há linhas de ônibus e trens que ligam Dublin a Belfast e de Belfast aos Giant's. Tem também opções de tours oferecidos por várias agências facilmente encontradas no centro de Dublin. O preço desses passeios costuma ser tabelado: 60 euros para um bate-volta de um dia saindo de Dublin para Giant's. Eu, particularmente, não gosto desse tipo de passeio turístico, acho melhor ir por conta própria mesmo, obtendo uma experiência personalizada. 

Saímos de Dublin logo na manhã do dia 5 de maio em direção à Irlanda do Norte. Alugamos um carro no aeroporto e, no total gastamos o seguinte: 15 euros de transfer, 85 de gasolina e 68 pela diária do veículo. Como dividimos as despesas entre quatro pessoas, pagamos 42 euros cada. De Dublin até Belfast são 166 km. E da capital da Irlanda do Norte até o Giant's Causaway são mais 97 km. Pena que o clima não ajudou nesse dia, estava chovendo e na região costeira era quase impossível aguentar o vento...

Nossa primeira parada foi no Museu do Titanic. Muitas pessoas não sabem, mas o icônico transatlântico foi construído em Belfast. Em 1912, partiu de lá para a Inglaterra, de onde deu início a viagem inaugural para Nova Iorque, mas o navio nunca chegou ao destino. Posso dizer que foi um dos melhores museus que visitei! Interativo, moderno e muito completo. A estrutura fica bem no cais onde o navio foi construído.  

A visita custa 17 libras, mas pagamos meia-entrada com a carteirinha brasileira de estudante (Sim, isso mesmo. Como a Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido, a moeda usada por aqui é a Libra Esterlina). O horário de funcionamento varia conforme os meses do ano, por isso é bom checar no site. Mas a abertura varia entre 9h ou 10h e o fechamento entre 17h e 19h.

Fachada do Museu do Titanic

É bom reservar boas horas para percorrer toda a estrutura do Museu. Ao passar pelas alas e andares, são apresentadas - com grande riqueza de detalhes - as etapas de construção e especificações técnicas. Isso ajuda também a compreender a realidade de Belfast na época, em que a indústria naval concentrava praticamente todos os trabalhadores da cidade. Na sequência, o museu traz informações sobre as condições do navio, as diferenças entre as classes de passageiros e, a parte mais emocionante, relatos de sobreviventes. Realmente recomendo muito! Além de ser uma ótima opção para dias de chuva, hehe.

Igreja no centro de Belfast: The Presbyterian Church in Ireland, fundada em 1905

Depois do museu, seguimos para o centro da cidade. Infelizmente não tínhamos muito tempo e o clima continuava não ajudando. Então, paramos em uma agência de passeios turísticos e pedimos informação para localizar os Peace Walls. Os muros foram criados para separar a população protestante (que queria se manter atrelada à coroa inglesa) e a católica (que buscava a independência do estado irlandês). Durante os conflitos, conhecidos como The Troubles, entre 1969 e 2001 cerca de 3,5 mil pessoas foram mortas.



Depois do  acordo de paz, os muros começaram a ser cobertos por pinturas e frases que representam posicionamentos políticos de ambos os lados. Hoje em dia há um grande debate sobre a manutenção das estruturas: parte da população acredita que elas perpetuam a segregação, enquanto outros afirmam que os lugares são memoriais e monumentos para promover a paz.

A partir daí, seguimos para o Giant's Causeway. Ao chegarmos lá a chuva e o vento haviam piorado, mas como não haveria outra chance de conhecer o lugar, dei um pulo lá rapidinho, hehe. Logo na entrada tem um Centro de Visitantes onde é possível contratar passeios guiados e comprar lembrancinhas na loja. Mas como nossa visita seria rápida, decidimos ir por conta própria. Para seguir na trilha até a Calçada dos Gigantes não é cobrada entrada.  

Muito vento? Imagina... nem tava frio. haha
Trajeto até os degraus

O Giant's Causeway tornou-se patrimônio mundial pela UNESCO em 1986. No total, a área reúne cerca de 40 mil colunas com 10 metros de altura aproximadamente. O formato das rochas é consequência das atividades vulcânicas de milhares de anos atrás. 

Giant's Causeway
Mais um penhasco irlandês
Feliz de estar nesse lugar incrível

Para os corajosos, há opção de hospedagem em umas espécies de chalés na costa norte do país. A vista deve ser realmente incrível e deve compensar o barulho do vento forte vindo do Atlântico Norte, hehe. Na volta, passamos no centro da cidade, que parecia uma vila parada no tempo de tão lindinha.

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Howth: primeira vista da costa irlandesa

Howth é um vilarejo costeiro que fica a 15 km de Dublin. Para chegar lá é super fácil. Se você não estiver de carro e não quiser alugar, há duas opções: trem ou ônibus. O ideal é sair bem cedo para aproveitar o dia lá. Isso se você não quiser conhecer mais detalhadamente o litoral leste da ilha e resolver ficar mais de um dia (mas é bem tranquilo fazer um bate e volta).

Fomos até a Connolly Train Station (aqui dá para ver horários das linhas), mas tivemos uma surpresa: a linha que ligava Dublin a Howth estava fora de serviço. Então atravessamos a rua atrás de um ônibus. O ponto fica bem em frente à estação. Subimos no ônibus 31. Com ele, em apenas 30 minutos descíamos no centro de Howth, bem em frente ao mercado com várias opções de comidas locais. 

Howth é uma típica vila de pescadores e para percorrê-la existem quatro opções de trilha, todas elas muito bem sinalizadas. Mas como meu primo já conhecia a cidade, nós o seguimos um caminho que ladeava a costa. O dia estava lindo, com muito sol (mas também com o inevitável vento irlandês, hehe). 

Logo no início da caminhada já dava para ver algumas construções privilegiadas

Paisagem vista da trilha que cerca Howth 
Eu e Muca (que foi nosso guia nessa trilha)
E a trilha é toda assim: cercada por essas flores amarelas tão comuns nos campos irlandeses
Penhasco em Howth

Caminhamos por cerca de duas horas até chegarmos ao farol, o Baily Lighthouse, construído inicialmente em 1667. A estrutura foi sendo reformada (e atualizada) ao longo dos anos, e a atual construção data de 1910. Optamos por não ir até o farol, mas é possível fazer a visitação. Quando estava voltando de Barcelona, consegui ver o farol do avião e confirmei com um irish que estava ao meu lado que estávamos sobrevoando Howth. Uma das vistas mais bonitas em um dia de sol :)

Baily Lighthouse

Logo depois do farol, chegamos a um ponto onde era possível acessar o interior da cidade. Como meu primo precisava pegar o ônibus para voltar ao trabalho e o clima parecia que iria fechar, resolvemos percorrer o trajeto de volta pelo "interior" da cidade. Isso sem antes parar num pub para tomar uma sopa e uma pint para revigorar as energias e esquentar o corpo depois de enfrenar tanto vento (uma coisa que você logo nota ao viajar para a Irlanda é que não importa onde esteja, qual o dia da semana ou a época do ano, você sempre vai encontrar um pub aberto - e como eu amei isso!).

No percurso passamos por ruas com casas lindas e aquela imagem de cidade cenográfica: os jardins super cuidados davam a impressão de que todas as casas mantêm uma equipe de paisagismo trabalhando 24h por dia (mas na verdade acho que é o frio intenso que não permite o surgimento de ervas daninhas e nem o crescimento incontrolável do mato). Alguns dos pontos que chamaram a atenção foi a presença desses fofos pôneis em um terreno que deveria ser o quintal de uma casa qualquer, ruínas do que parecia ser uma antiga igreja e a St. Mary's Parish, que estima-se ter sido construída no final do século XIV.

Pôneis no caminho

Ruínas que encontramos no meio do trajeto pela cidade
St. Mary's Parish

Quando voltamos a região do porto para pegar o ônibus que nos levaria de volta para Dublin, tivemos tempo de passar no famoso Howth Market. Fundado em 2006, o local é parada obrigatória para quem visita a cidade costeira. As lojas fixas funcionam todos os dias, mas nos finais de semana e feriados, a área interna abriga mais de vinte barracas com diversos tipos de comida e souvenirs. Lógico que saí de lá com pacotinhos de chocolate artesanal ;)

Vista do porto, área que concentra o movimento de Howth, com lojas, restaurantes e turistas
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Passeios etílicos (e um parque para os dias de sol)

Como havia dito, chuva e Dublin são praticamente sinônimos. Mas isso não é motivo para desânimo, já que a capital irlandesa tem inúmeras opções de lazer e entretenimento para os dias em que o clima não está muito amigável. Em um dia chuvoso, deixei a preguiça me dominar, dormi até mais tarde e ainda enrolei um pouco dentro de casa. Acabei saindo já na hora do almoço e a ideia era usar o dia para conhecer os berçários dos produtos mais famosos da Irlanda: whiskeys e cervejas.

A destilaria Jameson Irish Whiskey fica bem próxima ao apartamento onde eu estava, então fiz uma caminhada de 5 minutinhos e já estava lá. Fundada em 1780, o local conta com bar e restaurante, além de oferecer tours guiados (a 15 euros por pessoa) que contam a história do fundador, explicam todas as etapas de produção do whiskey e oferecem aquela degustação marota no final, a Jameson Experience. Mas infelizmente o lugar estava tão cheio que eu só teria vaga para entrar no grupo das 17h. Infelizmente, tive que desistir. Mas é um passeio super elogiado por turistas e não vou perder a visita numa próxima. Fiz o que estava ao meu alcance: comprei uma garrafa ;)

A opção foi entrar em um táxi (não pela distância, mas pra fugir da chuva mesmo) e seguir para o destino turístico mais famoso de Dublin, o tour pela fábrica da Guinness. A cerveja preta (que depois de passar pelo tour, você descobre que tem na verdade a coloração vermelho rubi) é um dos símbolos da Irlanda. Foi então que percebi que não tinha sido a única a ter essa ideia de aproveitar o dia chuvoso para visitar o local: a fila dava volta no quarteirão. Mas resolvi enfrentar a espera e posso dizer que é imperdível!

A entrada custa 20 euros e tem áudio guia. O tour cumpre muito bem a promessa de apresentar os detalhes de como a cerveja é produzida, contar a história de Arthur Guinness e de sua fábrica, que até 1886 foi considerada a maior cervejaria do mundo. Logo na entrada são mostrados os ingredientes, o cuidado na produção e seleção da cevada, malte, lúpulo e levedura, a pureza da água usada (que a lenda diz ser do Rio Liffey, que corta Dublin; mas é só lenda mesmo, hehe). Outra parte bem interessante é a explicação detalhada de como são construídos os barris e como a estrutura foi mudando ao longo dos anos.

Eu e Cláudia na fila para aprender a tirar nossas pints
Depois disso, o tour passa para os momentos interativos: primeiro te ensinam a identificar os diferentes aromas de cada tipo de Guinness, depois seguimos para a degustação e, por fim, te ensinam a tirar sua própria pint (com direito a diploma da Guinness Academy). Meu instrutor na arte de bartender, por assim dizer, era um brasileiro, claro, hehe. E posso dizer que o segredo está na harpa símbolo da Guinness que está presente nos copos ;) Aí é só pegar a sua pint, subir para o terraço e apreciar a melhor visão panorâmica de Dublin. 

Pints recém tiradas posando para foto 

O prédio tem apenas sete andares, mas como a cidade só tem construções baixinhas, é o suficiente para a ver tudo do alto. Lógico que no dia em que eu estava lá o local estava reservado para um casamento e, assim, não consegui subir até o terraço (só tive tempo de dar uma espiadinha na janela do restaurante antes de ser expulsa delicadamente pelo garçom, hehe). Mas como o dia estava chuvoso e nublado, espero não ter perdido muito... (ou pelo menos é o que digo para mim mesma :p) Na saída, reserve um tempo (e dinheiro) para a loja de souvenirs!

Agora, sem dúvida, o que você não pode deixar de fazer quando estiver em Dublin é um tour pelos pubs da Temple Bar. A região localizada ao sul do rio Liffey concentra incontáveis pubs e é certeza de animação em qualquer dia da semana. A área recebeu esse nome em referência ao primeiro pub a ser aberto ali, o Temple Bar original :) Apesar de estar cheia de turistas, a área ainda é frequentada por muitos irish. Foi, sem dúvida, um dos lugares que mais gostei em Dublin! 

Fim de tarde no Temple Bar

Gostei tanto que nem tirei muita foto, hehe

Com um pub em frente ao outro, é só entrar, apreciar uma pint ao som de uma ótima banda e ir migrando de um pub para outro até encontrar um que goste mais, ou até enquanto aguentar ficar em pé, hehe. Isso é possível porque os pubs não cobram entrada (e muito menos couvert pela banda) e você paga o que consumir na hora que fizer o pedido no balcão. Só é importante lembrar que na Irlanda, assim como em vários países, não é permitido consumir bebida alcoólica na rua. Então, você precisa terminar sua pint ou drink antes de partir pro pub seguinte.

Lembrando também que todos os pubs fecham às 2h e a venda de bebida alcoólica em outros estabelecimentos, como mercados e off-licence, se encerra às 22h. Então, se seus planos forem beber em casa, melhor garantir o estoque antes.

Para os dias de sol 


Para não deixar este post apenas com informações alcoólicas, resolvi incluir aqui um dos passeios que fiz num dia de sol em terras irlandesas. Dublin possui vários jardins públicos e parques, sendo que o mais famoso é o Phoenix Park. Eu visitei o fofíssimo St. Stephen's Green Park.


Entrada do St. Stephen's Green Park
Apreciando as tulipas
Uma das vantagens desse parque é que ele fica bem na região central, de fácil acesso e pertinho de tudo. Se você optar por visitar a Trinity College no mesmo dia, por exemplo, no trajeto entre os dois estão localizadas a National Gallery of Ireland e o National Museum of Ireland, o que rende um passeio cultural e tanto. Dá para perceber que além dos turistas, boa parte das pessoas que estão lá são moradores que usam o parque como trajeto para ir ou voltar do trabalho, ou para ir almoçar. E tem jeito mais agradável de fazer um trajeto como esse? Árvores, patos no lago e mais um monte de tulipas pelo caminho.

Lago e seus habitantes
Entrada do parque
Visitantes e moradores caminhando pelo parque

Na próxima semana os posts virão de cidades do interior da Irlanda. As paisagens são cinematográficas e às vezes dão até a impressão de serem cenográficas, já que é difícil encontrar moradores e os ambientes parecem intocados pelo homem - que muito provavelmente estão nos pubs ;) 

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