sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Colonia del Sacramento, um paraíso tranquilo

Ah! Colonia del Sacramento é aquele tipo de cidade interiorana que eu passaria toda a minha velhice. Até o ar que se respira lá é mais tranquilo do que o das grandes cidades. E olha que Londrina-PR nem é tão grande assim.

A paixão por Colonia foi imediata, tanto para mim como para Mariana. Ao caminhar por suas ruas de paralelepípedos com suas casas centenárias era como estar em outa era.

A cidadezinha foi fundada em 1640, nas margens do Rio da Prata e hoje possui cerca de 25 mil habitantes. Passamos um dia lá e acredito ser suficiente para conhecê-la. Claro que se você tiver mais tempo para ficar, melhor, porque a cidade é encantadora.

Fizemos tudo a pé, sem correria. Fomos andando a esmo e conhecendo cantinhos incríveis pelo Centro Histórico da cidade, que aliás, é Patrimônio da Humanidade. A primeira coisa que fiz foi subir em uma árvore linda para tirar fotos - parecia uma criança. Aliás, adoro árvores!

Nossa primeira parada foi na antiga muralha que defendia a cidade, construída pelos portugueses no século XVIII. A muralha cercava a cidade e tinha uma única entrada, o Portão de Armas.

Ela foi destruída, mas boa parte foi restaurada para deleite da turistaiada. Nada como sentar e descansar nos bancos postados ao lado de suas ruínas, observando o Rio da Prata.

Muralha de Colonia
O outro lado da Muralha
Bancos ao lado da Muralha, lugar perfeito para descansar um pouco

Seguimos então para a rua mais emblemática dessa cidadezinha: a Calle de los Suspiros, com seu calçamento de pedras. Repleta de casinhas antigas, não há como não se encantar e, claro, suspirar, ao vê-las. Dizem que ela tem esse nome porque era um local de prostituição, mas meus suspiros foram mesmo de adoração!

Calle de los Suspiros

Assim, continuamos andando pelo Centro Histórico de Colonia, cada vez mais arrebatadas com as casinhas e os pequenos detalhes da vida cotidiana do lugar. Para onde olhávamos, uma nova (velha) construção chamava nossa atenção.

Havia a delicadeza selvagem das flores subindo pelas paredes, as construções inteiramente de pedra, as lâmpadas amarelas da iluminação pública e os nomes das ruas escritos em azulejos portugueses.

Flores enfeitando as paredes
Lâmpadas amarelas e azulejos portugueses
Casinha toda de pedras

Assim começou nosso passeio por Colonia, esse paraíso tranquilo no Uruguai. Na semana que vem, no nosso próximo post, terá mais sobre essa cidadezinha adorável!
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Indo da Argentina para o Uruguai

Muita gente combina uma viagem à Argentina com uma viagem ao Uruguai. Mariana e eu não fizemos diferente, mas apostamos no trajeto contrário ao que a grande maioria dos turistas costuma fazer.

A maioria vai primeiro ao Uruguai e depois à Argentina, mas nós decidimos fazer diferente e fomos primeiro para a Argentina para depois ir ao Uruguai. O motivo? Principalmente a economia no trajeto.

Fomos de ônibus para Buenos Aires e não teríamos uma possibilidade tão barata se decidíssemos ir primeiro para Montevidéu. Além disso, de Montevidéu até Porto Alegre, onde mora grande parte da minha família, também poderíamos ir de ônibus, barateando muito o trajeto e, de quebra, ainda passaríamos alguns dias curtindo o Rio Grande do Sul.

Era a solução perfeita. Mas como ir da Argentina para o Uruguai? Avião? Ônibus? Carro? Não. Nossa escolha foi uma espécie de balsa ou ferry boat, mas que leva apenas passageiros e não carros como estamos acostumados a ver no Brasil.

Embarcação levando passageiros da Argentina para o Uruguai

Bom, a dica de usar esse meio de transporte foi nos dada pelo amigo, calouro e jornalista Pedro Crusiol - aliás, grande parte das dicas dessa viagem foi ele quem deu! Não sei se já agradecemos, mas obrigada Pedro!

Nosso destino seria a cidadezinha uruguaia de Colonia del Sacramento. Tanto Buenos Aires como Colonia são banhadas pelo Rio da Prata e ele seria nosso condutor.

Existem três empresas que fazem o trajeto: Buquebus, Seacat Colonia e Colonia Express. A maioria das pessoas só conhece a Buquebus, que é a maior e a que possui também um ferry boat que transporta carros, além de pessoas.

Em Buenos Aires mesmo, Mariana e eu pesquisamos as três companhias e optamos por aquela que teria o melhor preço quando viajaríamos, no caso a Seacat. Compramos as passagens pela internet mesmo, de forma rápida e fácil.

A empresa disponibiliza várias tarifas em duas classes. Como nosso objetivo era pagar mais barato, fomos de classe Turista e tarifa Econômica (hoje o preço é 127 pesos ou R$ 52).

Pegamos um táxi que nos deixou no local de embarque. O barco saiu às 8h do terminal da Seacat em Buenos Aires, que fica na Antártida Argentina, 821 em Puerto Madero e chegou às 9h no Puerto de Colonia del Sacramento.

A viagem foi muito tranquila. Como cruza países diferentes, a embarcação tem até Duty Free, mas não achamos nada com preço interessante para comprar.

Desembarcamos no porto de Colonia e, antes de passear, fomos comprar nossas passagens para Montevidéu. O porto e a rodoviária são muito perto um do outro, por isso fomos a pé mesmo, com malas e tudo.

Compramos as passagens para a noite daquele mesmo dia e aproveitamos para guardar nossas malas em um local próprio para isso - que deve ter um nome específico, mas que eu não lembro.

Eles cobram um preço (caro) e cuidam da sua bagagem para que você possa transitar pela cidade sem problemas. Como não pernoitaríamos em Colonia, foi a solução que encontramos.

Assim iniciamos nossa estada no Uruguai - país que logo aprendemos a amar!
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O melhor jantar em Buenos Aires

Além dos contatos inéditos com os animais, nosso passeio ao Zoológico de Luján rendeu a mim e a Mariana a dica para o melhor jantar que tivemos em Buenos Aires. Como?

Durante o trajeto de volta de Luján para Buenos Aires ouvimos uma conversa de alguns brasileiros no ônibus. Não tinha como não ouvir. Uma moça dizia que tinha ido a um restaurante fabuloso e com um preço excelente no dia anterior e que esse restaurante ficava dentro do Casino Puerto Madero, hoje Casino Buenos Aires.

Mariana e eu ainda não tínhamos planos para o jantar e decidimos arriscar uma ida a esse local, chamado Pleno Buffet. Pegamos um táxi e pedimos para ir até lá. Caso você vá de outra forma, o endereço é Elvira Rawson de Dellepiane, s/n.

Quando chegamos, percebemos que não havíamos sido os únicos passageiros que estavam na excursão que ouviram a conversa e decidiram conferir se o restaurante era bom mesmo!

Sim! O Pleno Buffet era tudo o que a moça havia falado e um pouco mais. Por um valor que na época equivalia a menos de R$ 50 era possível aproveitar tudo o que o restaurante tinha a oferecer.

Achamos muito suspeito, mas decidimos encarar. Se o valor final da conta fosse maior, teríamos que usar o cartão de crédito e nos arrepender depois.

O cardápio era completo, com couvert de pães, entradas, pratos principais, bebidas e sobremesas. Pedimos chopes para brindar e comemorar que Mariana havia recebido naquele dia a notícia de que fora convocada em um concurso que havia prestado tempos atrás.

Um brinde para comemorar que Mariana havia sido convocada em um concurso

Brindamos e fomos atacar o buffet de entradas. Era tanta coisa boa que não sabíamos o que escolher. Cada vez mais ficamos desconfiadas de que o preço final da conta seria exorbitante, ainda mais porque havia camarões gigantes e muitos frutos do mar - o que é prenúncio de comida cara!

Prato da Marina
Prato da Mariana

Aí começou um show no palco do restaurante. Mariana e eu nos olhamos e pensamos no valor que seria cobrado pelo couvert. Decidimos não nos preocupar e aproveitar o show, até porque os artistas interagiam conosco e mesmo não entendendo muita coisa, estava bastante divertido (desculpe a qualidade péssima da imagem).

Show no restaurante

Pratos principais


A melhor sacada do Pleno Buffet são as ilhas de comida. Os clientes podem escolher entre elas e os pratos são preparados ali, na hora, com você vendo tudo. Se você tiver espaço no estômago - o que acho um tanto impossível -, pode experimentar pratos em cada uma das ilhas.

Tem ilha de parrilla, de sushis e teppans, de massas e muito mais. Como já havíamos comido parrilla na noite anterior, Mariana foi de massa e eu de sushi. Cada uma escolheu como queria o seu prato e ele foi feito ao vivo.



E isso não era tudo. Ainda havia a ilha de sobremesas - cheia de opções. Perdoem-me o lapso, mas não lembro o que escolhemos e pior, não tiramos fotos. Se eu não estiver enganada, fomos ambas de helados artesanais.

Como queríamos conhecer o Casino, fomos pagar a conta, morrendo de medo. Só pensávamos que era impossível tudo o que comemos, bebemos e assistimos sair por R$ 50. Mas quando a conta chegou isso era exatamente o que estava sendo cobrado.

Hoje, o valor dobrou e o preço é 245 pesos, cerca de R$ 100, mesmo assim ainda vale muito a pena pela quantidade de opções e pela qualidade dos pratos. Só lamentamos uma única coisa: era nossa última noite na Argentina e não poderíamos voltar ao Pleno Buffet.

Casino


Fachada do Casino

Mariana e eu então fomos conhecer o cassino. Seria a primeira vez para nós duas. Logo na entrada precisamos passar nossos pertences por uma esteira de raio-x igual a dos aeroportos, para impedir a entrada de armas e, pasmem, de câmeras fotográficas.

Ainda bem que a moça na entrada foi gentil e me permitiu entrar com a minha câmera, desde que ela ficasse guardada na bolsa e nós não tirássemos fotos. Aceitamos de bom grado.

Adoramos o cassino, com suas mesas de jogos e máquinas caça-niqueis exatamente como vemos nos filmes hollywoodianos. Tudo muito elegante. Poderíamos ter tirado fotos sem ninguém ver, mas decidimos não arriscar, afinal não precisávamos atrair problemas justo em nosso último dia na terra dos hermanos.

No dia seguinte pela manhã partiríamos para o Uruguai em uma nova etapa em nossa aventura - esse será o assunto no próximo post. Até lá!
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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Agora as boas impressões de Luján

Como eu disse no post anterior, o passeio ao Zoo Luján deixou algumas más impressões em mim e em Mariana (confira aqui). Mas ele também nos marcou de forma positiva e é disso que vou falar agora.

Gostaria de dizer que os tratadores/treinadores sempre estavam por perto, nos mostrando de que forma agir e quais movimentos fazer ou não - o que transmitiu uma sensação de segurança para nós.

O primeiro animal que o guia nos levou para conhecer foi uma elefanta. Aliás, elas são duas. Você pode até achar que ver um elefante é coisa muito sem graça, mas pode apostar que as de Luján não são.

Os tratadores dão pedaços de maças verdes para os visitantes e, quando erguemos as mãos, a elefanta pega a fruta com a tromba e depois ainda faz pose para a foto. Tem como não se encantar?

Dando fruta
Elefanta fazendo pose para a foto

Depois seguimos para tirar fotos com uma arara azul e uma jiboia - que claro, tivemos que pegar nas mãos! Mas as fotos desses bichinhos foram exclusivas dos fotógrafos de Luján e - como eu já disse no outro post - não conseguimos comprá-las.

O mais interessante foi a cobra, porque eu, que sempre detestei biologia, imaginava cobras como seres gosmentos e gelados e descobri que não são nada disso. A textura da pele da jiboia é muito legal e ela tem uma temperatura agradável - sem falar que ela não parou de se mexer um segundo com aqueles movimentos sinuosos como se estivesse rastejando no chão!

Mariana e eu vimos algumas lhamas filhotes, mas não chegamos muito perto por medo de levar uma cuspida. Então fomos enfrentar a fila da jaula dos leões: adultos e jovens.

Nunca na vida pensei em chegar tão perto de leões e mesmo com tristeza pela situação deles, foi uma experiência extraordinária.

Mariana e um leão adulto
Marina e um leão jovem

Aí foi a vez de enfrentarmos uma fila muito grande para ver o tigre e, apaixonadas por gatos como somos, não nos importamos tanto com a espera. E, obviamente, não conseguimos deixar de amar acariciar um gatão tão lindo.

Vontade imensa de levar para casa, ainda mais porque o tigrão tinha acabado de tomar uma mamadeira gigante de leite e ficou com o bigode todo sujo!

Mariana com o tigre
Tigre com bigode sujo de leite

Corremos então para a sessão fofura com os filhotinhos de tigre. Se eu tivesse levado uma mochila, com certeza teria contrabandeado um deles para casa. Foi no espaço dos filhotes que conseguimos ver a convivência dos felinos com os filhotes de cachorros, todos lindos e se tratando como iguais.

Filhote de tigre dormindo abraçado com filhote de cachorro
A felicidade de acariciar um filhote de tigre

Então Mariana e eu corremos de novo para iniciar a aventura mais épica de nossas vidas. Primeiro andamos por um caminho repleto de cervos, que imediatamente nos fizeram lembrar do Bambi e depois entramos na fila para ver o urso marrom.

Cervos

Acho que vocês não sabem, mas meu animal selvagem preferido é o urso marrom. Não o urso panda, nem o urso polar ou o urso de óculos. Sou apaixonada pelo urso marrom. Sempre quis ter um em casa, não sei o porquê, mas minha mãe nunca deixou. 

Imagina a minha felicidade quando eu descobri que poderíamos comprar marrom-glacê e dar para o urso. Quase tive um infarto! Mas como jamais infartaria sem antes dar o doce para o urso, fomos para a fila. Quando chegou nossa vez foi uma felicidade só!

Dando marrom-glacê para o urso

Deixando o recinto do urso vimos uma menina colocando o marrom-glacê na sua boca e o urso pegando o doce com a boca dele. Aí eu surtei! Comprei mais marrom-glacê e fiz Mariana voltar para a fila. Era impossível que eu saísse de Luján sem dar um doce na boca do urso.

Dando marrom-glacê na boca do urso

Missão cumprida, eu era a pessoa mais feliz do universo naquele momento. Mariana não ficou tão feliz porque eu não consegui tirar uma foto dela dando o doce para o urso. Acho que quando ela lembra disso tem vontade de me matar!

Nossa parada final foi para acariciar os filhotes de leão, enquanto eles eram alimentados com carne fresca. Medo? Imagina. Só pensava que o leão podia preferir morder minha mão ao pedaço de carne que estava em sua frente. 

Mas o treinador disse que estava tudo bem e que podíamos acariciá-lo sem medo. Então fomos para outra sessão fofura com o leãozinho.

Acariciando o leãozinho enquanto ele come carne fresca
Filhote de leão

Depois de toda essa experiência voltamos para o ônibus para regressar à Buenos Aires. O que ficou de tudo o que vivemos em Luján?

A vivência foi incrível, extraordinária, não há nada que se compare. Porém Mariana e eu ficaríamos mais felizes e tranquilas se tivéssemos a certeza de que os animais não são dopados ou submetidos a tratamentos cruéis.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Impressões não muito boas em Luján

Mariana e eu passeávamos pela Calle Florida, o melhor lugar para se fazer compras na Argentina, quando fomos abordadas por uma menina oferecendo passeios ao zoológico de Luján.

Em meio ao caos da Florida - que estava em reformas - aceitamos ir até o escritório da empresa para conversar melhor. Ele ficava nas Galerías Pacífico, icônico lugar de compras onde, obviamente, tivemos que gastar alguns pesos.

Não lembro o nome da empresa - o que é triste, porque queria escrever para não a recomendar. Uma brasileira era a proprietária e por um bom preço nos convenceu a aceitar o pacote.

Mariana e eu fomos ao caixa eletrônico sacar o dinheiro para pagar o pacote e eis que nenhuma das duas conseguiu. Descobrimos que - sabe-se lá o motivo - essa função não havia sido habilitada por nossos bancos.

Aí começou uma odisseia para acharmos agências em Buenos Aires e realizar o procedimento. Com o dinheiro em mãos, fechamos o passeio.

O combinado era que um ônibus nos buscaria na porta do hostel e a empresária nos garantiu que a maior vantagem era a presença do guia, porque o zoológico é sempre lotado, cheio de filas quilométricas para visitar cada animal. Com o guia, as filas seriam agilizadas.

Pagamos na época 400 pesos, equivalente hoje a R$ 165. No horário combinado, Mariana e eu fomos para a recepção do hostel e esperamos, esperamos, esperamos. Quando achamos que tínhamos levado um calote, o ônibus apareceu.

Então fomos em direção à cidadezinha de Luján, distante 65 quilômetros da capital. Chegamos ao nosso destino e o guia, que deveria nos ajudar, simplesmente escolhia uma atração e nos colocava na fila para vermos os animais.

Esperamos como todos os outros turistas, sem nada da agilidade prometida. Tanto que Mariana e eu ficamos sem ver o tigre branco de perto e sem poder ir à lojinha de fotos para revelar fotografias tiradas exclusivamente pelos fotógrafos do zoo.

A pior parte


Antes de comentar sobre a experiência de visitar um zoológico onde você pode interagir com os animais, que claro, mesmo com todos os problemas é incrível, gostaria de falar da parte ruim – porque nem tudo são flores, como diz o ditado.

Em Luján aprendemos que os animais como tigres e leões são criados dentro da casa dos tratadores/treinadores desde bebês. Lá, eles convivem diretamente com a família desses tratadores, incluindo crianças. Também tem contato direto com cachorros, como forma de criar um comportamento amigável com humanos e outros animais.

O zoo garante que é assim que é possível que os visitantes entrem nas jaulas e interajam com os animais, porém, em determinados casos, fica evidente que os bichos são dopados para permanecerem dóceis e calmos.

Jaula dos leões
Leão idoso

O leão da foto acima, inclusive, na minha opinião e de Mariana já estava bastante idoso para permanecer como atração do zoo - se não me engano ele estava lá há 14 anos quando visitamos Luján.

Existe um rodízio dos animais, até porque o zoológico abre diariamente, mas pela expressão de alguns, parece que o descanso não é tão significativo.

Bom, explicado tudo isso, no próximo post vou detalhar a parte boa da experiência, porque querendo ou não, é uma sensação magnífica chegar perto de animais selvagens!
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Uma parrilla suculenta

Depois de passar o dia em La Plata, eu quis levar Mariana no mesmo restaurante que minha prima Odete havia me levado em minha primeira viagem à Buenos Aires. Fomos a pé do hostel até o restaurante, que fica em Puerto Madero. Mas já aviso que atravessar o Centro Histórico a noite não é muito recomendado.

Embora o Puerto Madero tenha sido revitalizado, o caminho da Casa Rosada até ele a pé passa por locais escuros e um tanto abandonados. Se você estiver com um grupo, ok, mas se estiver em um casal ou sozinho, acho melhor pegar um táxi.

Restaurante Siga la Vaca

Como é possível observar pela foto acima, o restaurante que escolhi foi o Siga La Vaca, que fica na Avenida Alicia Moreau de Justo, 1714. Inaugurado em 1993, foi só em 1999 que estabeleceu uma filial em Puerto Madero, a mais frequentada pelos turistas - até porque a vista para o Rio da Prata enquanto você come é um bônus.

O nome do restaurante já diz tudo sobre ele: a atração principal da casa são as carnes. Mas não são apenas elas que fazem a alegria do apreciador da boa gastronomia. No siga La Vaca funciona assim: por um preço fixo (para jantar de segunda a quinta 245 pesos ou R$ 101,17), é possível apreciar entrada, bebida, buffet, carnes e sobremesa.

Suco, chopp e refrigerante vêm em uma jarra de quase um litro por pessoa e o vinho é a garrafa toda. Mariana e eu pegamos um vinho e um refrigerante e foi mais que suficiente. É possível pedir outras bebidas e pagar a parte.

As entradas e o buffet consistem em papas fritas (batatas fritas), que acompanham praticamente todas as refeições argentinas e uma infinidade de saladas, queijos, conservas, pratos frios e quentes - dos quais você pode se servir o quanto quiser.

Parrilla


Diferentemente das churrascarias brasileiras, onde o garçom vai até a mesa com os espetos de carne, no Siga La Vaca você vai até a grelha e escolhe exatamente o que quer comer entre as carnes que estão sendo assadas na hora, esse sistema é a famosa parrilla.

A variedade é imensa e as carnes são bem suculentas. Tem costela, maminha, carnes suínas, frango, carneiro, contra-filé ou bife de chorizo, morcela (linguiça feita de sangue de porco) entre outras. A vantagem é que elas estarão no ponto que você quiser.

Nos perdoem, mas a fome era tanta que não tiramos fotos das carnes.

Sobremesas


As sobremesas são as únicas coisas que vem em um cardápio para o cliente escolher dentre as opções oferecidas. Elas vão do pudim a doces mais elaborados. Eu não resisti e pedi a mesma sobremesa de quando fui a primeira vez no Siga la Vaca.

Um bolinho de chocolate com calda quente por dentro e por fora, estilo petit gateau, com sorvete coberto com calda de frutas vermelhas. Simplesmente irresistível!

Sobremesa irresistível

O restaurante funciona para almoço de segunda a domingo, das 12h às 16h e jantar de segunda a quinta, das 20h à 1h e sextas e sábados, das 20h às 2h.

Depois de saciar a fome, não deixe de tirar fotos divertidas com as vacas que ficam na entrada do restaurante.

Com a vaca nas duas ocasiões em que fui ao restaurante
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sábado, 17 de outubro de 2015

Puerto Madero e toda a modernidade da capital portenha

Que Buenos Aires esbanja história e monumentos clássicos, isso ninguém pode negar. Mas a capital argentina também possui o seu 'q' de modernidade e ele se chama Puerto Madero.

O bairro nobre é o lugar onde estão prédios cheios de escritórios importantes de grandes empresas, edifícios residenciais suntuosos, restaurantes de alta culinária, bares badalados, uma universidade, cassinos, hotéis luxuosos e museus. Mesmo sendo antigo, ele é a total oposição ao Centro Histórico e seus prédios centenários.

O Puerto Madero foi construído no final do século XIX pelo engenheiro Eduardo Madero - aí o nome do bairro - para sanar os problemas que os navios que atracavam em Buenos Aires tinham devido à baixa profundidade do Rio da Prata. Sua incumbência era criar um novo porto que não tivesse tais dificuldades.

Porém, logo os grandes navios de carga começaram a aparecer e um novo porto foi criado (inclusive é o que está em atividade até hoje), deixando o Puerto Madero abandonado por décadas a fio.

Na década de 1990 houve a iniciativa da revitalização do local e ela não poderia ter sido mais bem sucedida. O bairro presta homenagem a mulheres famosas nas ciências e artes, com nomes de ruas dedicados a elas.

E lá também que fica a Puente de la Mujer, obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava - sendo a única obra dele que fica na América Latina - que gira 90º para possibilitar a passagem dos navios pelo Rio da Prata.

Das duas vezes em que fui ao bairro, fui à noite, mas aconselho você, se puder, a ir durante o dia também e aproveitar as atrações como o Navio e Museu Fragata Sarmiento, que fica dentro de um navio construído na Inglaterra em 1898 por encomenda do governo argentino.

Rio da Prata em Puerto Madero
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A magnífica Catedral de La Plata


Assim que Mariana e eu chegamos a Plaza Moreno, a principal de La Plata, logo fomos tomadas pela magnitude da Catedral da cidade. Nunca tínhamos visto uma igreja tão majestosa e imponente.

A cada passo dado, mais um pedacinho da igreja se descortinava. Primeiro suas torres, depois a fachada de tijolos. Cada detalhe da construção é grandioso e o conjunto acaba se tornando um verdadeiro deleite para os olhos.

Catedral de La Plata

Nós ficamos bastante tempo admirando cada pormenor, maravilhadas. Demos a volta pela Catedral, para não perder nada e fotografamos de cada ângulo possível, para que tudo ficasse devidamente registrado.

A Catedral de La Plata (Calles 14 e 15 e Avenidas 51 e 53) é a maior igreja gótica da América Latina e sua construção foi iniciada em 1884.

Torre direita da Catedral
Detalhe da fachada
Porta principal da Catedral
Laterais da Catedral

Ela é tão grande, com seus 120 metros de altura e 76 metros de largura, que seu nome está gravado no mármore da Basílica de São Pedro, em Roma, como uma das maiores do mundo - sua capacidade é de sete mil pessoas.

É possível acessar a torre esquerda (de quem observa a fachada), por um elevador inaugurado em 2002. Essa torre foi transformada em mirante e possui uma vista linda da Plaza Moreno e da cidade de La Plata.

O acesso ao elevador se dá através de um museu localizado no subterrâneo da igreja, o Museo Eclesiástico de la Fundación Catedral. Infelizmente, quando eu e Mariana fomos até lá, a igreja estava fechada para visitas, pois era segunda-feira.

Ficamos desoladas por não poder entrar na Catedral, mas para que não ocorra o mesmo com você, saiba que as visitas guiadas acontecem de terça a sexta, às 11h, às 14h30 e às 16h e duram aproximadamente 1h30. A visita contempla o interior da igreja, o museu e o mirante, mas no site da Catedral não há o preço.
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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Um dia em La Plata

Assim que desembarcamos na rodoviária de Buenos Aires, Mariana e eu já compramos passagens de ida e volta para La Plata, capital da província de Buenos Aires - para alguns dias depois. Nosso objetivo era conhecer a Catedral da cidade, que diziam ser muito bonita.

A empresa Costera Metropolitana, que fica na bilheteria número 05 da rodoviária, tem dezenas de ônibus indo e voltando diariamente no trajeto Buenos Aires - La Plata e vice-versa.

A cidade fica a 60 quilômetros de Buenos Aires e a viagem dura em torno de 1h30. La Plata é uma cidade relativamente grande, com mais de 850 mil habitantes, o que faz dela a sexta maior cidade da Argentina. Mas ela ainda detém um ar de cidadezinha do interior.

Com passagens em mãos, acordamos cedo em uma segunda-feira e fomos rumo ao nosso destino. Quando chegamos, perguntamos na rodoviária de lá onde era a catedral, que fica entre as Calles 14 e 15 e entre as Avenidas 51 e 53. 

Saímos da rodoviária, que fica na Calle 41 e fomos andando a pé mesmo, sem pressa, aproveitando a cidade. O sistema de ruas de La Plata é como o de Nova York, com ruas e avenidas numeradas e crescentes. Então foi fácil chegar ao nosso destino.

Mas antes de falar dele propriamente dito, vou mostrar um pouquinho cidade. Como eu disse, ela lembra uma cidade interiorana, acho que porque é bastante arborizada. As árvores nas calçadas e nas praças são frondosas e grandes, evidenciando que foram colocadas lá há muitos anos - La Plata foi fundada em 1882.

Rua em La Plata


Casa de Justicia



Passeando pelas ruas, Mariana e eu nos deparamos com um edifício majestoso, a Casa de Justicia. Ela fica na Calle 13 e entre as Avenidas 47 e 48 e é onde funciona a Suprema Corte de Justiça da Província de Buenos Aires.

No dia em que fomos à La Plata, o palácio estava fechado, por isso só a vimos por fora. Mesmo assim, a grandiosidade e a sobriedade de sua fachada já são suficientes para encantar.

Casa de Justicia


Plaza Moreno


A Plaza Moreno fica no centro de La Plata e é a praça principal da cidade. Inclusive é em volta dela que está a catedral, que é assunto do próximo post. Vamos falar antes da praça e de um outro prédio que fica ao seu redor.

Além de muito arborizada, a Plaza Moreno é excepcionalmente bem cuidada, principalmente para os padrões de uma londrinense como eu (aqui as praças são alvos constantes de vandalismo, despejo de lixo, mato).

Seu nome é em homenagem a Mariano Moreno - cuja estátua fica no meio da praça - um político, advogado e jornalista argentino que teve papel fundamental na Revolução de Maio.

A praça fica lotada de gente passeando, descansando na sombra de árvores e monumentos, tocando violão com os amigos. É claro que sendo um lugar de grande movimento, também não escapa de um vandalismo ou outro, como as pichações criticando o governo de Cristina Kirchner.

Plaza Moreno
Estátua de Mariano Moreno
Vandalismo na Plaza Moreno

Palacio Municipal


Ao redor da Plaza Moreno, do lado oposto à Catedral está o Palacio Municipal de La Plata (Calles 11 e 12 e Avenidas 51 e 53). O prédio é bastante antigo, sua construção foi de 1883 a 1888.

Em estilo renascentista alemão, o edifício é um dos mais bonitos da cidade e seu ponto alto na verdade não é a fachada, mas a parte de trás do prédio. Como Mariana e eu não sabíamos disso, só vimos o prédio de frente - mas se você ainda vai até lá, não deixe de dar a volta, ok?

Palacio Municipal
Plaza Moreno e Palacio Municipal ao fundo
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