sexta-feira, 18 de março de 2016

Música, beleza e história na Sala São Paulo

Inspiração zero. Foi assim que me vi tentando escrever o post de hoje. Mas foi só me decidir por falar sobre a Sala São Paulo que tudo mudou de figura. Considerada uma das dez melhores salas de concertos do mundo, a Sala São Paulo é a casa da Osesp, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Nada como ouvir um concerto nesse local que tem uma acústica incrível.

Primeiro vou falar um pouquinho da história desse lugar. Assim como o prédio da vizinha Estação Pinacoteca (post aqui), o edifício onde a Sala São Paulo está, foi projetado para uso da Estrada de Ferro Sorocabana. O projeto coube ao arquiteto Christiano Stockler das Neves, em 1925. Mas apenas em 1938 seria inaugurado, com seus detalhes em estilo Luís XVI e o nome de Estação Júlio Prestes, homenagem ao ex-presidente (que não assumiu seu cargo devido a Revolução de 1930) Júlio Prestes de Albuquerque.

O estilo Luís XVI pode ser visto nos arcos das grandes janelas, nas colunas, nos detalhes na torre do relógio. Estações norte-americanas como a Grand Central e a Pennsylvania também serviram de inspiração para a construção do edifício.


Depois da queda do café, durante muito tempo algumas áreas do local passaram a ser utilizadas para realização de eventos e festas, quando, em 1997 a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo assumiu o controle para transformar o prédio num complexo cultural. Hoje, além da sede da Secretaria, a antiga estação abriga uma linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Sala São Paulo.

Não acho que seja interessante conhecer a Sala São Paulo sem a visita monitorada, pelo menos para mim. Eu poderia até entender a importância do prédio como local histórico, mas provavelmente, jamais compreenderia todo o processo para a criação da sala, o porquê dela ter uma acústica muito superior a outros lugares, como ela funciona.

Ah, mas fazer visitas guiadas é caro, você poderia argumentar. Então digo que as visitas à Sala São Paulo custam R$ 5 durante a semana e são gratuitas nos fins de semana. De segunda a sexta, há visitas às 13h30 e às 16h30. Aos sábados, o horário é 13h30 e domingos às 13h. Para grupos acima de 10 pessoas é preciso agendar. O e-mail é o visita@osesp.art.br e o telefone (11) 3367-9573.

Mesmo antes de entrar na Sala propriamente dita, os detalhes internos da arquitetura já chamam a atenção: os arcos, as colunas, o vitral. O restauro do prédio da Estação Júlio Prestes e a adaptação para receber a Osesp couberam ao arquiteto Nelson Dupré, que fez um trabalho lindo.


Entrando na Sala São Paulo, não há muito como descrever a beleza que reina por lá. É a perfeita harmonia entre o antigo e o moderno. Entre concreto e madeira. O forro é móvel, um dos detalhes para a acústica inigualável. Mas na visita guiada, é possível aprender que há inúmeros outros detalhes que fazem a excelência da sala. Desde as disposições dos balcões, o posicionamento do palco até os desenhos das poltronas são importantes para o processo da acústica. Se cada um desses pequenos detalhes fosse negligenciado, a Sala São Paulo não seria "a" Sala São Paulo.


Mas melhor que conhecer a sala e aprender sobre sua construção, sua acústica, sobre a Estação Júlio Prestes é poder ouvir a Osesp tocando lá. Imagina a minha felicidade quando descobri que no dia seguinte ao da minha visita à Sala haveria uma apresentação da orquestra?

Nem eu nem ninguém do grupo com quem eu estava pensou duas vezes. Todos compramos ingressos e, no dia seguinte, lá estávamos nós, prontos para ouvir o que, obviamente, foi o concerto mais lindo que eu tive a honra de presenciar.

Então, se você puder conciliar uma visita monitorada com uma apresentação, não perca tempo e vá! Ah! em tempo: não é só a sinfônica que se apresenta por lá. Então se você não é muito fã desse tipo de música, não se preocupe. A programação pode ser conferida aqui. E, do mesmo jeito que visitar a Sala não é caro, ver uma apresentação também não o é! Tem preços muito acessíveis e apresentação gratuitas! Assim não há desculpa para não ouvir boa música!

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