quarta-feira, 9 de março de 2016

As belezas do Centro Histórico de São Paulo

Continuado o tour por São Paulo, é hora de deixar a Catedral da Sé para trás e caminhar por alguns dos mais icônicos locais da capital. Obviamente a cidade tem dezenas de lugares que simplesmente precisam ser vistos, mas também é obvio que não dá pra conhecer todos de uma só vez. Por isso separei alguns especialmente para esse post.

Ao lado da Catedral começa a Rua Regente Feijó, seguindo por ela cheguei ao Largo de São Francisco, onde está localizada a Faculdade deDireito da Universidade de São Paulo. Antigo convento, que foi transformado em faculdade ainda no século XIX, o prédio foi demolido e reconstruído em estilo neocolonial em 1933. Vale uma parada para admirar, junto com as duas igrejas franciscanas que fazem parte do que foi um importante complexo religioso da capital (já começo pecando por não ter nenhuma foto).

Passando pelo Largo, a ideia foi seguir pela Rua Líbero Badaró até o Viaduto do Chá. Ponto de passagem de milhares de pessoas diariamente, o viaduto passa pela Praça Ramos de Azevedo que, junto com o Vale do Anhangabaú, forma um lindo espaço público. Some-se a isso o Prédio Alexandre Mackenzie, hoje Shopping Light, e o Theatro Municipal e você está diante de um dos mais belos cartões postais paulistanos. Mas vamos por partes.

O Viaduto do Chá foi o primeiro a ser construído em São Paulo, no Vale do Anhangabaú. O vale, com seus jardins, chafarizes e obras de arte é palco constante de espetáculos populares, além disso, foi lá que aconteceu o comício pelas Diretas Já, em 1984. Emoção andar por onde uma parte tão importante da história brasileira aconteceu.

Junto ao Vale está a Praça Ramos de Azevedo. Seu nome é uma homenagem ao arquiteto brasileiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo, cujo escritório foi responsável por grandes obras arquitetônicas - algumas das quais mencionaremos logo mais.

A praça nasceu em 1911, junto com seu ilustre irmão, o Theatro Municipal de São Paulo, mas seu nome atual veio só em 1928. É na praça que está a Fonte dos Desejos, inspirada na famosa fonte da capital italiana. Realizada pelo arquiteto italiano Luiz Brizzolara em 1922, no lugar de outra fonte que lá existia, a atual possui um monumento em homenagem à Carlos Gomes, o mais importante compositor de óperas brasileiro.

Detalhe da Fonte dos Desejos
Praça Ramos

Já o Shopping Light ocupa o prédio da antiga The São Paulo Tramway Light and Power, empresa canadense que foi a responsável pela distribuição de energia elétrica da cidade até a década de 1980 e que construiu o edifício onde antes era o Teatro São José, primeiro teatro da capital. Inaugurado em 1929, foi projetado por Preston e Curtiss e sua execução coube ao já nosso conhecido Ramos de Azevedo. Com nove andares, o prédio tem estilo eclético e chama a atenção de quem passa por lá.



Já que estamos falando em Ramos de Azevedo, vamos falar da obra que eu considero uma das mais lindas por ele executadas (junto com os italianos Claudio e Domiziano Rossi): o Theatro Municipal. Como já disse, ele foi lançado em 1911, e sua construção teve muita influência da Ópera de Paris, com influências barrocas e renascentistas. Por dentro, todo o luxo que um teatro da época pedia e merecia.

Desculpem a qualidade péssima da foto
Detalhe do poste em frente ao teatro
Detalhe da fachada do teatro
Escadaria principal interna
Detalhe do interior do teatro

Dessa vez não consegui entrar ou assistir a nenhum espetáculo no Municipal, mas em outra ocasião fui ver um balé. Indescritível a sensação de estar nesse lugar tão cheio de história e cultura. Se você também não puder ver um espetáculo, tente ao menos fazer a visita guiada pelo Theatro. São gratuitas e acontecem de terça a sexta, às 11h, 15h e 17h. Sábados e feriados, às 11h, 12h, 14h e 15h.

Depois do Municipal, basta caminhar alguns metros para chegar à Galeria do Rock. Mesmo que você não seja fã de rock, impossível não achar lá alguma coisa que te agrade. Nessa última visita, o objeto escolhido foi uma bolsa do Chaplin, com a minha cena preferida do meu filme preferido dele!


Aliás, muitas tribos se encontram na galeria, que oficialmente chama-se Shopping Center Grandes Galerias e foi fundada em 1963. Começou a se destacar em meados da década de 70 e recebe milhares de pessoa por dia. O prédio “ondulado” tem centenas de estabelecimentos e muita coisa legal! Desafio alguém a sair de lá sem comprar uma lembrança sequer. Eu não consigo!


Para finalizar nosso tour, uma passada na esquina mais famosa de São Paulo, eternizada por Caetano na música Sampa, sua belíssima homenagem à cidade: Avenida Ipiranga com Rua São João. Vale só passar para dizer “estive aqui” como vale parar e tomar uma gelada no Bar Brahma! É caro, mas uma vez na vida, vale a pena!

Fachada do Bar Brahma, nas esquinas da Avenida Ipiranga com Rua São João

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