quarta-feira, 11 de maio de 2016

Um casamento em lhabela (e como meu cabelo acabou cor-de-rosa!)

Terceiro dia de cruzeiro. Esse seria o grande dia. O dia mais esperado pelos quase 200 convidados que estavam a bordo do MSC Armonia: o casamento da Karine e do Sander. Mesmo tendo passado mal no dia anterior, acordei bem disposta. Ainda consegui aproveitar uma parte da manhã com os amigos numa das piscinas do navio, tomando drinks gelados. Naturalmente as meninas tiveram que se recolher às suas cabines para se arrumarem antes dos meninos, afinal eles não precisavam fazer cabelo nem maquiagem.

O casamento não aconteceria no navio, mas numa linda igreja em Ilhabela-SP, então todos os convidados deveriam descer nesse dia. A igreja Nossa Senhora D'Ajuda e Bom Sucesso é a matriz da cidade e fica aos pés do morro Baepí. Foi construída em 1697 por escravos a mando do vigário da vizinha São Sebastião, o padre Manoel Gomes Pereira. Devido à deterioração, foi praticamente reconstruída em 1793, mas apenas em 1806 tornou-se oficialmente uma paróquia.

São dezenas de degraus que levam a sua entrada. A igreja, tal como a vemos hoje é resultado dos esforços do renomado escultor paulista Alfredo Oliani (1906-1988). Foi ele quem arrecadou dinheiro para a sua reforma e quem também contribuiu com algumas obras para ela, inclusive as quatro estátuas que ficam em frente a fachada. O resultado? Uma bucólica igrejinha emoldurada por um lindo cenário.


Por dentro da igreja, um afresco de Nossa Senhora D'Ajuda domina o teto, e uma imagem dela se destaca no altar. Aliás, achei o altar muito peculiar, pois ele fica numa espécie de alcova. Diferente dos altares de todas as igrejas que conheci, pois eles geralmente são bem expostos para que todos possam ver suas ricas obras e ornamentos.

Afresco de Nossa Senhora D'Ajuda no teto da Igreja

O casamento foi muito bonito. Uma cerimônia singela. Os noivos escolheram o estilo americano para os padrinhos, em que a noiva escolhe as madrinhas, e o noivo os padrinhos. Todas as meninas vestiram o tom coral, mesma cor da gravata dos meninos. Ambos os noivos entraram com pai e mãe na igreja - o que eu acho lindo. Afinal, nunca fez muito sentido para mim entrar com apenas um deles.

Depois da cerimônia, uma foto com todos os convidados na escadaria da igreja e, com música ao vivo na praça em frente à paróquia, Karine "jogou" o buquê. Aí todos aproveitaram para tirar lindas fotos à beira-mar e, enquanto os pombinhos tiravam fotos com os padrinhos, os demais convidados voltaram para o navio para a primeira recepção do casório.



O cabelo cor-de-rosa


Vou fazer um parênteses nessa narração para contar como meu cabelo acabou indo do loiro para o cor-de-rosa. Acreditem, não foi por vontade própria. Foi um acidente. Dos grandes! Contudo, para minha alegria, no fim tudo deu certo, aliás, mais que certo.

A Rachel, grande amiga e excelente cabeleireira, também foi ao casamento. Combinamos que ela faria meu cabelo e minha maquiagem para o grande dia. Como sou bem loira, ela comprou uma máscara para matizar meus fios (matizar quer dizer tirar aquele aspecto amarelado de um cabelo loiro ou grisalho). Fui tomar um banho e passei o produto no cabelo, debaixo da água mesmo. Quando saí e me olhei no espelho, quase surtei. Haviam algumas manchas rosas-claro no meu cabelo, estava parecendo o dálmata de uma perua!

Saí gritando pelo navio, desesperada. Ainda bem que a cabine da Rachel era ao lado da minha. Nunca vou esquecer a expressão no rosto dela quando ela me viu. Até hoje não sabemos como uma máscara para matizar o cabelo conseguiu fazer isso. A solução encontrada por nós? Passar mais do produto, esperar que ele agisse e deixasse todo o meu cabelo rosa. Rachel fez isso e no final acabou ficando lindo.


Amei a tonalidade de cor-de-rosa que meus cabelos adquiriram. Aí, juntou o penteado lindo e a maquiagem perfeita feitos pela Rachel e pronto, estava arrasando. Todos adoraram a mudança (ou pelo menos assim disseram). Só minha mãe quase teve um surto psicótico quando cheguei em casa. Mas considerando que toda vez que mexo nos cabelos ela tem esse mesmo surto, acabei relevando.


Com o passar dos dias o rosa foi desbotando, até que saiu completamente e meus cabelos voltaram ao já costumeiro loiro platinado.


Festa e fim de cruzeiro


De volta ao navio, noivos e convidados curtiram uma recepção em uma das boates, fechada exclusivamente para isso. Depois haveria o jantar e festa em outros locais. Eu acabei não jantando porque no espaço entre a recepção e o jantar meu grupo de amigos foi aproveitar as jacuzzis do navio. Quando tivemos que sair devido ao horário de fechamento das piscinas, fui para a cabine tomar um banho (nessa altura já chovia muito e eu não queria tomar friagem depois de sair da água quente).

Ainda bem que tinha a Juliana dividindo a cabine comigo, pois ela me trouxe comida (gratidão). Descansei um pouco e mais tarde saímos para um café. Lá estavam os noivos escondidinhos em uma mesa no canto da cafeteria, aproveitando a companhia um do outro. Lindo de ver. Com o balanço intenso do navio devido à tempestade que estava caindo, Juliana e eu acabamos indo para a cabine, com o estômago revirado.

No dia seguinte pela manhã, após o café, nos despedimos do MSC Armonia e desembarcamos em Santos - muito mais cedo do que qualquer um gostaria.

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