quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Park Güell: pra caminhar respirando arte

No dia seguinte, fui para um dos lugares em Barcelona que não queria perder por nada: o Park Güell. Uma das atrações turísticas mais famosas da cidade tem uma história, no mínimo, curiosa. Um rico empresário catalão, conhecido por financiar outras obras de Gaudí, Eusebi Güell, pediu para o arquiteto/artista construir o projeto imobiliário de condomínio de luxo, localizado em uma área de 15 hectares no bairro de Gràcia.

A ideia inicial envolvia a construção de 40 casas, mas a procura não alcançou as expectativas e o projeto foi abandonado em 1914, apenas 14 anos após seu início. Com as áreas comuns e duas casas construídas (sendo uma deles a de Gaudí, que hoje é a Casa Museu Gaudí), o local foi vendido para a Prefeitura de Barcelona em 1918, que decidiu transformá-lo em um parque. O incrível Park Güell foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1984.

A entrada principal do parque fica na carrer d´Olot, no bairro La Salut. Mas segui o conselho da minha amiga Carina e comecei a desvendar as maravilhas desse lugar pelo lado oposto, o alto do parque. Assim, fui descendo até a entrada principal e não cansei de ter que conhecer tudo subindo, hehe. 

Peguei a linha 3 do metrô e desci na estação Vallcarca. Lá não vai ter uma onda muito grande de turistas, como eu imagino que seja na entrada principal, mas fique atento porque tem algumas placas indicando o caminho. Você vai ter certeza que chegou no lugar certo quando ver escadas rolantes. Isso mesmo! Seria muito cruel fazer todo mundo subir aquela ladeira digna de Ouro Preto, hehe.

Escadas rolantes para facilitar o acesso ao Park Güell

A melhor dica é chegar cedo para evitar o sol forte. O parque abre todos os dias, mas o horário varia conforme a época do ano, por isso é preciso checar no site antes de preparar a visita. Não é cobrado ingresso logo nessa entrada, apenas quando chegar à área monumental do parque. 

O ingresso custa 8 euros, ou 7 para quem comprar pela internet. O número de visitantes é controlado por turmas, então pode ser que você precise esperar um pouco para entrar nessa área. Mas nada que atrapalhe, afinal você pode continuar conhecendo outras áreas do parque, ou aproveitar pra descansar um pouco (a não ser que você chegue muito tarde e próximo do horário de fechamento, né. Melhor não arriscar, hehe). 

Logo no início fica o Turó de les Tres Creus, ou Calvário das Três Cruzes, onde Gaudí planejava construir uma capela. É o ponto mais alto do parque, o que rende uma bela vista de Barcelona.


Turó de les Tres Creus
Barcelona vista do Turó de les Tres Creus  
Entrada linda de uma casa que fica logo no começo da descida

A primeira obra de Gaudí com a qual me deparei são os viadutos. As estruturas recebem os nomes de Viaduto das Jardineiras, Viaduto del Algaborro e Viaduto do Museu. A explicação oficial é que o sistema de colunas e pontes foi construído para resolver o problema do desnível no terreno, servindo para passagens de pedestres e até carruagens. Mas como executar a obra com tamanha beleza, só Gaudí mesmo pra conquistar. 

Viaduto das Jardineiras
Apreciando as jardineiras
Interior do viaduto
As colunas inclinadas e retorcidas são marcas do lugar

Ao descer pela área dos viadutos, está o Casa Museu Gaudí, em que o arquiteto catalão viveu entre 1906 e 1925 e onde estão expostas obras e objetos pessoais. Para entrar é cobrado um ingresso a parte, no valor de 5,50 euros. 

Desde a entrada no Park Güell são vários os ambulantes vendendo souvenirs de Barcelona. Eu comprei apenas dois ímãs pensando que encontraria preços melhores em um lugar menos turístico, mas me arrependi porque no centro da cidade estava mais caro. Por isso, quando estiver no parque, não perca a oportunidade de adquirir suas lembrancinhas de Barcelona por lá mesmo ;) 

Turistas caminhando em frente à Casa Museu Gaudí

Logo em frente está a praça central do Park Güell, cuja proposta era funcionar como um teatro a céu aberto e palco para outras atrações culturais. A praça é inteiramente rodeada por um banco com decoração feita com pedaços coloridos de cerâmica esmaltada. 

É nesse momento que é cobrado o ingresso de 8 euros, pois tem início a área monumental do parque. Se você não tiver comprado o ingresso pela internet e nem entrado pelo portão principal (como eu), terá que caminhar até uma entrada lateral (é perto, não se preocupe) onde tem uma bilheteria.

Bancos vistos pelo lado de fora, com Sala Hipostila abaixo  

Depois de passar um bom tempo admirando os bancos da Praça da Natureza, é hora de descer as escadas em direção à imponente Sala Hipostila. O local foi pensado para servir de mercado no condomínio original (e que mercado!). As largas colunas sustentam um teto impressionante. A escolha das pedras e o formato ondulado causam um certo brilho que dá a impressão de quase "molhado". E tudo fica ainda mais bonito graças aos mosaicos de Josep Maria Jujol. 


Sala Hipostila
As quatro rosetas no teto representam as estações do ano

Mas antes de seguir para o final do passeio, vale subir novamente as escadarias e virar à esquerda para apreciar o último viaduto, o Algaborro. Ele tem um portão de ferro na entrada e uma das colunas é ocupada pela escultura de uma mulher. Além disso, a inclinação das paredes e das colunas de pedra dão a sensação de caminhar no tubo de uma onda no meio da rocha.

Viaduto Algaborro
Tubo de pedra

Quando cheguei na Praça da Natureza e avistei as duas casas construídas na entrada principal do parque, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a casa de doces da história de João e Maria. O engraçado foi ler depois que o pavilhão da entrada foi realmente inspirado nesse conto infantil! Os prédios serviriam como portaria e residência do zelador do condomínio. Hoje dão lugar a uma loja de souvenirs e ao Museu da História de Barcelona (MUHBA Park Güell). 


Cassa de João e Maria e da Bruxa Má na entrada principal do Park Güell

Uma das coisas mais legais de começar o passeio pela parte alta do parque é justamente encerrar com chave de ouro! A escadaria e a fonte com a escultura da salamandra (que algumas pessoas chamam de dragão ou de lagarto) são as mais famosas atrações do Park Güell e, consequentemente, as mais disputadas na hora da foto. A salamandra se tornou um dos símbolos de Barcelona e domina ímãs, canecas, camisetas e qualquer outro souvenir da cidade :)

Escadaria com a escultura da salamandra

2 comentários:

  1. Que saudade desse lugar!!!! Foi difícil, mas consegui tirar foto com o lagarto! (rs) Quando eu voltar a Barcelona, acho que volto ao Park Güell.

    Beijos

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    1. Esse lugar é incrível! Também quero voltar lá! Ai, me empresta sua foto... a minha perdi por motivos de força maior :(

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