segunda-feira, 13 de junho de 2016

Um museu para guardar na memória

Uma coisa boa de visitar uma cidade mais de uma vez é conhecer novos lugares a ampliar a visão sobre o local. Foi isso que aconteceu nessa minha estada em Montevidéu. Lógico que revisitei alguns dos principais pontos turísticos da capital uruguaia, mas também descobri com mais detalhes os bairros de Pocitos - que contamos nesse post aqui - e Prado, onde está localizado o importante Museo de la Memoria.

Para ir até lá peguei um ônibus em frente ao Palácio Legislativo - falei sobre ele no último post. São várias as linhas que levam até o museu, por isso a melhor forma de saber qual pegar dependendo da região de onde está saindo é olhar no próprio site do museu. Ao se aproximar do museu, já dá para notar a diferença nas casas. Prado é um bairro de classe alta, com grandes casas e amplos jardins. E as ruas ficaram ainda mais bonitas em uma tarde de outono.


O Museu da Memória de Montevidéu, também chamado de Mume, é um espaço destinado a preservação da memória da luta contra o regime militar que se instalou no Uruguai entre os anos de 1973 e 1985. Em suas salas são expostos, em ordem cronológica, os fatos que contam esse período recente da história uruguaia. Desde os primeiros registros de violação dos direitos humanos, o endurecimento da ação do estado, os desaparecidos, o golpe militar e a luta pela liberdade, até o processo de redemocratização protagonizado pelos uruguaios.

A exposição permanente é divida em alas com as seguintes temáticas: Instauração da Ditadura; Resistência Popular; Cárceres; Exílio; Desaparecidos; Recuperação Democrática e Luta por Verdade e Justiça; Histórias Inconclusas e Novos Desafios. São fotos, registros policiais, documentos, vídeos, depoimentos, cartazes, utensílios de presos políticos e parte da estrutura de antigos presídios. 


O local também conta com exposições temporárias, com temáticas relacionadas aos direitos humanos e preservação histórica. No dia da minha visita, o movimento feminista fazia parte dessa exposição. Vários cartazes estavam expostos na área externa do prédio, que por si só vale o passeio. O belo jardim é permeado por instalações artísticas que o visitante vai descobrindo na medida em que percorre as trilhas. Construído em 1878, a propriedade foi residência de Máximo Santos, ditador do século XIX. A casa e a área ao redor são considerados monumento histórico nacional. 




Uma coisa que não poderia deixar de mencionar é o atendimento incrivelmente fofo que recebi por lá. É possível fazer visitas guiadas, mas cheguei fora do horário, já no final da tarde. Mesmo assim, o funcionário da recepção me explicou o funcionamento e a distribuição do acervo pelo museu. Além disso, ainda me acompanhou para falar mais detalhes sobre algumas peças ou contextualizar alguns acontecimentos históricos. A entrada no museu é gratuita, mas eles aceitam apoio espontâneo. Acho super necessário valorizar iniciativas e acolhidas como essa! Inaugurado em dezembro de 2007, o museu fica na Avenida de las Instrucciones, número 1057. Aberto de segunda a sábado, das 12h às 18h.

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