quarta-feira, 29 de junho de 2016

Poco Tapas, o restaurante mais incrível de Curitiba

Já ouviu falar de gastronomia molecular? A primeira vez que eu ouvi falar disso foi assistindo no Fantástico o quadro "O Mago da Cozinha", em que o chef Felipe Bronze preparava pratos inusitados para convidados vendados. Mas nessa época eu não sabia que as façanhas dele eram chamadas de gastronomia molecular. Até essa experiência incrível vir parar na minha realidade levou muito tempo.

Em uma viagem à Curitiba no final de 2015 eu, primos e amigos fizemos reserva no Poco Tapas, seguindo a sugestão de uma amiga de uma prima - a qual não conheço mas a quem agradeço muito. Foi aí que eu aprendi que gastronomia molecular é a "ciência que estuda os fenômenos físico-químicos que ocorrem no ato de cozinhar, garantindo melhor qualidade nutricional, maior precisão nos gestos culinários e melhor sabor, com novas texturas para os alimentos". Isso, de acordo com o que estava escrito no cardápio do restaurante. Mas traduzindo: a gastronomia molecular altera o estado dos alimentos, de líquido para sólido, por exemplo.

Mesmo antes de chegar ao restaurante, localizado numa instalação discreta na Avenida Vicente Machado, 2786, no Batel, todos já estavam empolgadíssimos com as novidades que experimentaríamos. Quase passamos batidos pela fachada simples, mas ao entrarmos, o ambiente aconchegante conquistou a todos.

O restaurante trabalha com um menu degustação, sendo dez pratos salgados e cinco sobremesas. E, mesmo em se tratando de tapas, saímos empanturrados de lá. Mas antes de começar a falar sobre o cardápio tenho que compartilhar com vocês sobre o Pikachu. Mesmo se o Poco Tapas fosse um restaurante horrível - o que nem de longe é verdade - a noite teria valido a pena só pelo Pikachu, o garçom que nos atendeu. Simpaticíssimo, engraçado ao extremo, atencioso, brincalhão - impossível não amá-lo e não sair do restaurante com a alma mais leve.

Mas vamos ao que realmente interessa: o cardápio exótico do chef Fábio Mattos, que é uma experiência para todos os sentidos. Os tapas servidos mudam diariamente, o que torna cada visita ao local única. Começamos escolhendo nossas bebidas. A pedida foi Caipirinha Molecular: esferificação de cachaça servida com pó de limão e açúcar verde. De encher os olhos e o paladar. Em seguida pedi uma Sangria Espanhola, que leva vinho cabernet, licor de laranja, conhaque e frutas tropicais e é uma das especialidades da casa. Simplesmente deliciosa.

Caipirinha molecular 
Sangria espanhola

Então o show de pratos teve início. Alguns eram finalizados pelo chef na própria mesa, em outros ele vinha até nos para explicar o conteúdo. Estávamos em seis pessoas e decidimos dar nota para cada prato e depois eleger o mais gostoso. Uma brincadeira divertida que animou ainda mais nossa noite. Ah! Se você tiver alguma restrição: é vegetariano, tem alergia a frutos do mar, é intolerante à lactose, por exemplo, basta avisar que cada prato será adaptado às suas necessidades.

Não vou falar de todos os pratos detalhadamente para esse post não ficar infinito. Vou me deter em quatro dos que mais gostei. Um deles leva salmão fresco, que é selado e coberto com queijo caseiro feito com tinta de lula, ervas e camarões frescos e é queimado (literalmente) com páprica, o que dá aroma e gosto diferenciados ao queijo.


O segundo é queijo de cabra empanado e frito, servido com espuma feita só de nozes, um gel somente de salsinha, marshmallows feitos apenas de cenoura e molho de tomate. Outro é uma lula frita, com sauté de vegetais orientais, vinagrete de gengibre e açúcar mascavo e por cima um espaguete molecular feito apenas de shoyu. O último é um purê de aipim amanteigado, coberto com sobrecoxa de frango, enrolado com um gel feito de shoyu e laranja e com raspas de uma pimenta que até hoje eu não consegui entender qual é (sorry). Todos geniais!


Agora as sobremesas. Ao contrário dos pratos, que são servidos um por um, as sobremesas vem juntas - exceto a mais especial delas, da qual já vou falar. No nosso menu degustação teve queijada tradicional de coco, com massa de queijo brie com um bolinho de frutas vermelhas em baixo para quebrar o adocicado. Teve ainda soverte de milho com ganache e uma releitura de bolo de cenoura. Teve também tiramisu (sem café), com frutas silvestres e queijo mascarpone (feito na casa pelo chef), pedacinhos de frutas vermelhas e bolacha champagne e ainda teve pudim Jack Daniels: pão croissant, passas e nozes e calda de caramelo feita com muito whisky. Todas deliciosas (até a que tinha o sorvete de milho - eu detesto milho)!



Agora a mais especial de todas: a pipoca bafo de dragão! É uma pipoca caramelizada, congelada em nitrogênio líquido a -196º, que não queima a língua. Quanto mais mastigar, mais fumaça vai sair pelo nariz. Muito show! Não tiramos foto dessa, fizemos apenas vídeos (mas não pedi autorização aos envolvidos para publicar, então...), por isso "roubei" uma foto do site do Poco Tapas (espero que ninguém fique bravo comigo).



Uma observação: um dos meus primeiros pensamentos ao chegar foi que como o restaurante é bem pequeno e a procura grande, haveria fila e seríamos "apressados" a comer, como acontece em muitos estabelecimentos badalados por aí. Mas não. Nossa mesa nos foi reservada para a noite toda, para comermos sem pressa e com muita tranquilidade. Por isso é importante reservar antes (o Poco Tapas funciona de segunda a sábado, a partir das 19h. O telefone é (41) 9682-8758 e o e-mail info@pocotapas.com.br). O preço do jantar com bebidas foi cerca de R$ 100 por pessoa.


Ah! não podia deixar de tirar uma foto com o melhor garçom do universo, o Pikachu!

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