sexta-feira, 22 de abril de 2016

Tudo são flores

O segundo dia de Rio de Janeiro foi tomado pelo verde. Saí logo cedo para conseguir visitar os exuberantes Parque Lage e Jardim Botânico. Fazer os dois passeios no mesmo dia tem os seus prós e contras. A principal vantagem é o fato de estarem bem próximos - o Parque fica no número 414 da Rua Jardim Botânico, e o próprio Jardim fica no número 1008. O único porém é que você tem que estar disposto e preparado para caminhar bastante, pois os dois passeios são feitos basicamente de longas caminhadas em meio às riquezas da nossa natureza.

Eu fui de ônibus até o Parque Lage e depois segui a pé até o Jardim Botânico. Pensei em ir de bike, mas minha internet não ajudou e não consegui usar o aplicativo :( Mas o trecho também não tinha ciclovia. No fim, gostei de ter ido a pé. Permite caminhar com mais calma e ir conhecendo os cantos da cidade. No caminho existem vários restaurantes/cafés e mercadinhos para um almoço ou pelo menos fazer um lanche entre os passeios (lembrando que o bairro Jardim Botânico é uma região nobre do Rio, ou seja, só saindo da rua principal para encontrar algo mais em conta). Para quem estiver cansado/preguiça, ou simplesmente não gostar muito de andar, é só pegar um ônibus em frente ao Parque e descer alguns pontos à frente, bem na entrada do Jardim. 

Parque Lage é ma verdade uma Escola de Artes Visuais (EAV), vinculada à Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, que reúne mais de 2 mil alunos. O local é um dos mais conceituados espaços de arte em todo o estado. Lá são promovidos cursos, palestras, seminários, exposições e festivais de cinema, música, teatro e dança.

Mansão da década de 1920 funciona como sede do Parque Lage
Construção é tombada pelo IPHAN como patrimônio histórico e paisagístico
Logo ao entrar na entrada do Parque, a sede da Escola de Artes já se destaca em meio ao "jardim". A mansão, construída em 1920 e projetada pelo arquiteto Mario Vodret, foi tombada pelo IPHAN como patrimônio histórico e paisagístico. O local antes era nada menos do que uma residência! A casa do armador Henrique Lage e sua esposa, a cantora lírica italiana Gabriela Besanzoni. Desde o início do funcionamento da Escola, o local se tornou centro da efervescência cultural carioca e reuniu inúmeros intelectuais e artistas de renome.

As salas de aula dividem espaço com restaurantes e cafés ao redor da emblemática piscina 
O pátio interno já serviu de locação para filmes e peças de teatro

Além de encenações teatrais, o prédio serviu de cenário para filmes como Terra em Transe, de Glauber Rocha, e o inesquecível Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. 

Tem até uma "torre de castelo" por lá 

Jardim Botânico


Hora de ir para o famoso Jardim Botânico. Inaugurado em 1808, é uma das mais visitadas atrações turísticas do Rio de Janeiro. Ao contrário do Parque Lage, onde a entrada é gratuita, o Jardim Botânico cobra uma taxa de R$ 9 para visitação. Mas é um investimento que vale muito a pena e contribui para a manutenção do espaço. O local funciona todos os dias até às 17h, mas nas segundas-feiras só abre no período da tarde. Além da riqueza natural, o Jardim Botânico também se dedica ao patrimônio cultural. O local sedia o Museu do Meio Ambiente, o Museu Casa dos Pilões e o Espaço Tom Jobim. 

O Jardim é resultado de uma ordem do então príncipe regente português D. João de criar uma área para aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. Atualmente funciona como Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um dos principais centros de pesquisa de botânica e biodiversidade. Ao passar pela bilheteria é só pegar um mapa, certificar-se de que carrega água, protetor solar e disposição. Aí é só aproveitar o frescor do ar e apreciar as mais diversas espécies de plantas que pode imaginar.

Estufa repleta de cactos

Você pode fazer o passeio a esmo ou ir seguindo algumas trilhas temáticas já preparadas no Jardim. Placas indicativas estão espalhadas por todos os lados. A Trilha das Artes faz você passar por obras de arte de raro valor que estão integradas à flora. A Trilha Histórica te leva para conhecer espécies botânicas, monumentos artísticos e arquitetônicos importantes para o desenvolvimento do Jardim ao longo dos anos. Já a Trilha das Árvores Nobres apresenta espécies nobres das florestas atlântica e amazônica. 

Mas se você, assim como eu, não consegue ler mapas e considera a ideia de seguir uma trilha específica um passo evolutivo muito distante da sua habilidade de se perder, não se preocupe. Antes de começar, eu marquei no mapa os pontos que mais me interessavam e aí fui seguindo plaquinhas e deu tudo certo. Lógico que me perdi algumas vezes, mas cada saída do trajeto me apresentava algo tão interessante e bonito que nem me importei, hehe. 

Orquidário
Estufa de Insetívoras

Tartarugas dominando a entrada do Jardim Botânico

Apesar de já conhecer o Rio de Janeiro, a Marina nunca visitou o Jardim Botânico. Portanto, ela me deu uma missão: garantir a "foto clássica do caminho das palmeiras onde o Antônio Fagundes e a Regina Duarte passearam no capítulo final da novela Por Amor". E aqui neste blog pedido feito é pedido atendido! O sol estava tímido e não deixou o cenário digno de novela, mas nada que diminua a magnitude desses "corredores".

Sim, nossa referência cultural é esperar Antônio Fagundes e Regina Duarte aparecerem nesta foto. Feel free to judge ;)

2 comentários:

  1. Amei este post! Você arrasa escrevendo, Mari.
    Seguirei suas dicas quando estiver no Rio com Luciano! :)

    Beijos!

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  2. Ahhhh que lindo! Fiquei feliz e espero ter ajudado no roteiro de vcs! Depois de conhecerem lá, contem aqui as impressões que tiveram :)

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