quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Irlanda do Norte: frio, chuva, vento e muita história

Uma das coisas incríveis de viajar para a Irlanda é a proximidade entre as cidades. Assim, fica fácil conhecer vários pontos da ilha em pouco tempo. Foi isso que decidi fazer e, antes de partir para a Londres, resolvi conhecer a Irlanda do Norte - mais especificamente a capital Belfast e um dos principais pontos turísticos do país, o Giant's Causeway, ou Calçada dos Gigantes, que fica no extremo norte da ilha.

Meu primo e a Micka conseguiram pegar folga do trabalho no dia e, assim, resolvemos alugar um carro. Se você estiver em grupo, essa é sem dúvida a melhor opção: liberdade para fazer seu próprio roteiro e divisão de gastos. Vale muito a pena. Mas se estiver sozinho, ou não tiver o hábito de dirigir na mão inglesa (haha) há linhas de ônibus e trens que ligam Dublin a Belfast e de Belfast aos Giant's. Tem também opções de tours oferecidos por várias agências facilmente encontradas no centro de Dublin. O preço desses passeios costuma ser tabelado: 60 euros para um bate-volta de um dia saindo de Dublin para Giant's. Eu, particularmente, não gosto desse tipo de passeio turístico, acho melhor ir por conta própria mesmo, obtendo uma experiência personalizada. 

Saímos de Dublin logo na manhã do dia 5 de maio em direção à Irlanda do Norte. Alugamos um carro no aeroporto e, no total gastamos o seguinte: 15 euros de transfer, 85 de gasolina e 68 pela diária do veículo. Como dividimos as despesas entre quatro pessoas, pagamos 42 euros cada. De Dublin até Belfast são 166 km. E da capital da Irlanda do Norte até o Giant's Causaway são mais 97 km. Pena que o clima não ajudou nesse dia, estava chovendo e na região costeira era quase impossível aguentar o vento...

Nossa primeira parada foi no Museu do Titanic. Muitas pessoas não sabem, mas o icônico transatlântico foi construído em Belfast. Em 1912, partiu de lá para a Inglaterra, de onde deu início a viagem inaugural para Nova Iorque, mas o navio nunca chegou ao destino. Posso dizer que foi um dos melhores museus que visitei! Interativo, moderno e muito completo. A estrutura fica bem no cais onde o navio foi construído.  

A visita custa 17 libras, mas pagamos meia-entrada com a carteirinha brasileira de estudante (Sim, isso mesmo. Como a Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido, a moeda usada por aqui é a Libra Esterlina). O horário de funcionamento varia conforme os meses do ano, por isso é bom checar no site. Mas a abertura varia entre 9h ou 10h e o fechamento entre 17h e 19h.

Fachada do Museu do Titanic

É bom reservar boas horas para percorrer toda a estrutura do Museu. Ao passar pelas alas e andares, são apresentadas - com grande riqueza de detalhes - as etapas de construção e especificações técnicas. Isso ajuda também a compreender a realidade de Belfast na época, em que a indústria naval concentrava praticamente todos os trabalhadores da cidade. Na sequência, o museu traz informações sobre as condições do navio, as diferenças entre as classes de passageiros e, a parte mais emocionante, relatos de sobreviventes. Realmente recomendo muito! Além de ser uma ótima opção para dias de chuva, hehe.

Igreja no centro de Belfast: The Presbyterian Church in Ireland, fundada em 1905

Depois do museu, seguimos para o centro da cidade. Infelizmente não tínhamos muito tempo e o clima continuava não ajudando. Então, paramos em uma agência de passeios turísticos e pedimos informação para localizar os Peace Walls. Os muros foram criados para separar a população protestante (que queria se manter atrelada à coroa inglesa) e a católica (que buscava a independência do estado irlandês). Durante os conflitos, conhecidos como The Troubles, entre 1969 e 2001 cerca de 3,5 mil pessoas foram mortas.



Depois do  acordo de paz, os muros começaram a ser cobertos por pinturas e frases que representam posicionamentos políticos de ambos os lados. Hoje em dia há um grande debate sobre a manutenção das estruturas: parte da população acredita que elas perpetuam a segregação, enquanto outros afirmam que os lugares são memoriais e monumentos para promover a paz.

A partir daí, seguimos para o Giant's Causeway. Ao chegarmos lá a chuva e o vento haviam piorado, mas como não haveria outra chance de conhecer o lugar, dei um pulo lá rapidinho, hehe. Logo na entrada tem um Centro de Visitantes onde é possível contratar passeios guiados e comprar lembrancinhas na loja. Mas como nossa visita seria rápida, decidimos ir por conta própria. Para seguir na trilha até a Calçada dos Gigantes não é cobrada entrada.  

Muito vento? Imagina... nem tava frio. haha
Trajeto até os degraus

O Giant's Causeway tornou-se patrimônio mundial pela UNESCO em 1986. No total, a área reúne cerca de 40 mil colunas com 10 metros de altura aproximadamente. O formato das rochas é consequência das atividades vulcânicas de milhares de anos atrás. 

Giant's Causeway
Mais um penhasco irlandês
Feliz de estar nesse lugar incrível

Para os corajosos, há opção de hospedagem em umas espécies de chalés na costa norte do país. A vista deve ser realmente incrível e deve compensar o barulho do vento forte vindo do Atlântico Norte, hehe. Na volta, passamos no centro da cidade, que parecia uma vila parada no tempo de tão lindinha.

4 comentários:

  1. Mari é cultura! Não sabia da existência desse muro. Estou com vontade de conhecer a Irlanda depois dos seus posts!

    Beijoca.

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    1. Haha, quem me dera... Obrigada pelo apoio Flavinha!
      Pois é, no total são 17 muros que ainda dividem a cidade. Apenas a região central é considerada território "neutro". Pra ser sincera, a história de luta política/religiosa da Irlanda do Norte foi um dos principais motivos que me levou até lá. Espero voltar com mais tempo para Belfast para explorar mais a cultura local.
      E vc pode ir pra lá em setembro! :D
      Beijos

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  2. Lugar lindo! Fiquei com vontade de pegar o primeiro avião pra Irlanda! =)
    Aliás, adoro este blog! Saúde e paz pras Duas Maris - e muitas viagens bonitas, também! \o/

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    1. Lindo mesmo! Quero ir também! Obrigada pelo carinho Guto! Já estou fazendo o roteiro da nossa próxima viagem!

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